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Em setembro, diretor da Pfizer ofereceu a Bolsonaro a reserva de doses da vacina e alertou para o risco da "alta demanda"


Em carta enviada ao governo brasileiro em setembro, o CEO da Pfizer, Abert Bourla, alertou o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros sobre a necessidade de que o Brasil reservasse a compra das doses da vacina produzida pela empresa, junto à BioNTech, contra a Covid-19.

O diretor adverte ainda para a necessidade de dar rapidez ao negócio, pela "alta demanda" mundial e um número ainda limitado de doses dom imunizante.

“A potencial vacina da Pfizer e da BioNTech é uma opção muito promissora para ajudar seu governo a mitigar esta pandemia. Quero fazer todos os esforços possíveis para garantir que doses de nossa futura vacina sejam reservadas para a população brasileira, porém celeridade é crucial devido à alta demanda de outros países e ao número limitado de doses em 2020”, disse Bourla.

No documento, obtido pela CNN Brasil, o CEO explica que já tem acordo selado com outros países e diz que já havia entrado em contato com o Governo Federal e, até o momento, não tinha recebido nenhuma resposta.

Além de Bolsonaro, a carta foi endereçada também ao vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Braga Netto (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde), Paulo Guedes (Economia) e ao embaixador do Brasil para os Estados Unidos, Nestor Foster.

“Minha equipe no Brasil se reuniu com representantes de seus Ministérios da Saúde e da Economia, bem como com a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas até o momento não recebemos uma resposta. Sabendo que o tempo é essencial, minha equipe está interessada em acelerar as discussões sobre uma possível aquisição e pronta para se reunir com Vossa Excelência ou representantes do Governo Brasileiro o mais rapidamente possível", diz o texto.

De acordo com fontes ligadas ao Ministério da Saúde, questões como a dificuldade no armazenamento do imunizante da Pfizer/BioNTech, que precisa ser refrigerada a -70 graus, foi um dos empecilhos para que o governo buscasse a empresa.

Somam-se ainda outras cláusulas que também foram mal vistas pelo governo Bolsonaro, como a necessidade de que o Brasil depositasse valores em uma conta no exterior para garantir a reserva, a distribuição inicial de 500 mil doses - consideradas insuficientes pelo Planalto - e um termo de responsabilidade para eventuais efeitos colaterais da vacina.

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