Covid-19 é desafio para líder, já que fronteiras da Coreia do Norte estão fechadas há quase dois anos, bloqueando o comércio e ajuda humanitária
Há dez anos, o mundo assistiu ao jovem Kim Jong Un caminhar solenemente ao lado do carro fúnebre de seu pai, em uma manhã de neve em Pyongyang, enquanto norte-coreanos desesperados choravam de tristeza.
O longo casaco preto de Kim e o seu penteado, reminiscências de seu falecido avô Kim II Sung, foram vistos como um esforço superficial para imitar a autoridade de seus antepassados.
Mas o herdeiro da liderança norte-coreana, de 20 e poucos anos, rapidamente cresceu nesse papel, e os observadores da Coreia, que eram céticos sobre seu governo, agora esperam que ele permaneça no poder indefinidamente – desde que a sua saúde se mantenha.
É uma mudança marcante desde os primeiros dias, quando Joseph Yun, ex-representante especial dos EUA para a Coreia do Norte, se lembra de Kim como um objeto do ridículo.
“Por um tempo, havia muitas caricaturas negativas de Kim Jong Un na Coreia do Sul e na China, quase zombando dele. Era muito difícil para o público internacional – Coreia do Sul e América – levá-lo a sério”, lembra ele.
Essa visão mudou rapidamente quando o jovem Kim mostrou uma crueldade e determinação que desmentiam sua idade.
Kim não hesitou em expurgar ou executar até mesmo aqueles mais próximos a ele, em uma tentativa de aumentar seu controle sobre o poder. Seu poderoso tio Jang Song Thaek, que já foi suposto mentor de Kim, foi executado em 2013 por “tentar derrubar o governo”, segundo um relatório da mídia estatal.