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Homem morre em delegacia após ser preso por furtar celular no sul da Bahia

Família acusa policiais militares de tortura


Um homem de 52 anos foi preso na noite do último domingo (16) por furtar um celular em um velório e acabou morrendo na delegacia de Itapebi, no sul da Bahia. A família de Epaminondas Batista Mota, que era deficiente físico e aposentado por invalidez, alega que policiais militares o torturaram.


Segundo a investigação, após a denúncia, Epaminondas foi localizado em um bar e levado em uma viatura da PM até a residência dele, onde estava o celular furtado. Em seguida, ele foi conduzido para a delegacia.


O delegado Moisés Damasceno, coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis), conta que o carcereiro que recebeu o suspeito na delegacia informou que ele foi levado para uma cela pelos próprios policiais que o acompanhavam.


"Ele estava desacordado, [foi] deixado em uma cela e da forma como ele [estava, ele] foi deixado. Mais tarde ele foi encontrado [na cela] e tentaram acordá-lo, mas ele não apresentava mais sinais vitais. Foi chamado o Samu, que constatou o óbito", explicou o titular, em entrevista à TV Bahia.


Para os familiares, receber a notícia foi “triste e revoltante”. "Minha avó e minha tia passaram mal. As costas dele estava horrível. Meu primo... É lamentável. Covardia, não é, dos policiais? Muita covardia", disse um parente, que não quis se identificar.


O laudo da necropsia que vai apontar a morte de Epaminondas ainda não foi divulgado, mas a certidão de óbito declara que a causa da morte teria sido um trauma torácico fechado.


Sobre a acusação de tortura, o delegado Moisés Damasceno comenta que "há relatos, sim, de hematomas pelo corpo da vítima, e nós estamos aguardando o laudo dos peritos médicos legais para saber qual foi a causa da morte.”


Ainda de acordo com a reportagem, os dois policiais militares responsáveis pela abordagem disseram que chegaram a levar Epaminondas para o hospital, porque ele se queixava de dores nas pernas, e que a médica de plantão disse estar tudo bem. Depois de receber alta médica, ele foi levado para a delegacia. A médica prestou depoimento na tarde de terça-feira (18).


"Quando ele foi apresentado pelos policiais no posto médico, segundo informações dela [médica], era para verificar se ele tinha alguma fratura na perna", afirmou o delegado.


Em nota, a Polícia Militar informou que foi instaurado um procedimento investigatório para apurar a conduta dos policiais, com prazo de 30 dias (prorrogável por mais 15 dias, se necessário). “Somente depois da apuração é que se chegará a conclusão dos fatos, portanto, o posicionamento institucional só será feito após a investigação”, declarou.


A Polícia Civil investiga o caso e já expediu as guias periciais. Além da médica e dos PMs, outras testemunhas também já foram ouvidas.

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