
O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, internado no Hospital Israelita Albert Einstein, apresentou melhora e já retirou o dreno do abdome, informou hoje a equipe médica, às 16 horas. Segundo o boletim, “o paciente apresenta boa evolução clínica, permanece sem dor, sem febre ou outros sinais de infecção”.
Visita do Posto Ipiranga
Hoje, Bolsonaro recebeu a visita do seu guru econômico, Paulo Guedes, com quem tirou uma foto, em um esforço para aparar as arestas que surgiram nesta semana, após a divulgação da proposta de recriação da CPMF como forma de custear a Previdência e substituir outras contribuições. Apelidado de “Posto Ipiranga”, por ser sempre indicado por Bolsonaro quando questionado sobre economia, Guedes também propôs, em reunião com investidores promovida por uma empresa de gestão de fortunas, unificar as alíquotas de imposto de renda em uma alíquota única de 20%. Junto com a foto, uma nota curta: “Jair Bolsonaro recebe visita de Paulo Guedes! Sempre juntos na busca da Ordem e Progresso!”
A proposta de criação de um imposto sobre transações financeiras repercutiu mal nos mercados e entre os eleitores de Bolsonaro, que se apressou em negar a volta da CPMF, lembrando que ele votou contra o imposto no passado. Na tentativa de apagar o incêndio no “Posto Ipiranga”, os filhos de Bolsonaro, seus principais assessores, divulgaram que nenhum imposto seria proposto sem a aprovação do pai candidato. Guedes também procurou se explicar, afirmando que não se tratará de mais imposto, mas de substituição de um tributo por outro. Mas o desgaste com a proposta e com o fato de ser desautorizado pelo candidato foi inevitável, como mostrou a decisão do economista de cancelar os compromissos em eventos e em programas de televisão, inclusive no Roda Viva, da TV Cultura.
Após abraço em Guedes, defesa da privatização e redução de ministérios
Guedes tem sido o principal fiador de Bolsonaro na área econômica, já que o candidato nunca se mostrou muito simpático às teses liberais que hoje defende e que o colocam como um candidato anti-PT e anti-esquerda. Hoje, além do abraço em Guedes, ou talvez por conta da conversa com o economista, Bolsonaro divulgou no Tweeter declarações a favor das privatizações e de cortes de cargos. “Assumi compromissos de reduzir o número de ministérios, extinguir e privatizar grande parte das estatais que hoje existem. São gastos desnecessários que devem atender a população. Recusar acordões que negociam cargos em troca de apoio já faz parte desse objetivo”, disse, aproveitando para criticar o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, que iniciou uma série de ataques ao candidato do PSL no horário político.
Ministério da Cultura
Depois de cogitar acabar com o Ministério da Cultura ou transformá-lo em uma secretaria, Bolsonaro afirmou que pretende rever as leis de incentivo culturais do país. Segundo nota do candidato, “incentivos à cultura permanecerão, mas para artistas talentosos, que estão iniciando suas carreiras e não possuem estrutura. O que acabará são os milhões do dinheiro público financiando “famosos” sob falso argumento de incentivo cultural, mas que só compram apoio! Isso terá fim!”, disse hoje.
Dieta leve e mensagens nas redes
Bolsonaro continua comandando a campanha do leito do hospital, comentando os eventos a seu favor pelas redes sociais. Segundo o boletim médico, além de retirar o dreno do abdome, e devido à boa aceitação da dieta pastosa e recuperação dos movimentos intestinais, hoje ele passou a receber uma dieta leve. Estão sendo mantidas as medidas de prevenção de trombose venosa, sendo realizados exercícios respiratórios de fortalecimento muscular e períodos de caminhada fora do quarto, diz o boletim, assinado pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo.
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