Pai de menina morta em Salvador acredita que assassino seja ‘amigo’ da família


O pedreiro João dos Santos Cortes convive desde quinta-feira (17/1) com a dor da perda, a partir do momento que soube que a sua filha, uma menina de 11 anos, desaparecida desde  segunda-feira (14/1) havia sido encontra morta por vizinhos nas imediações da sua casa, em Alto de Coutos, subúrbio ferroviário de Salvador.

Maria Elaine Sobral Cortes era a filha do meio de João, que tem mais duas filhas, de 2 e 12 anos. A garota foi localizada em um terreno de difícil acesso, a 100 metros de casa, com a blusa suspensa e o short na altura da virilha. Na segunda-feira (14/1), Elaine estava sozinha em casa quando decidiu sair para comprar pipoca a poucos metros da sua residência, na Travessa  15 de Novembro.

Ainda sem condições de comparecer ao Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues para o reconhecimento do corpo, o pedreiro João concedeu uma entrevista ao Jornal Correio e afirma que o crime foi planejado e cometido por alguém que conhece bem a rotina da família.

“Não tem como não pensar isso. Ela saía de casa para a escola, da escola para a igreja, da igreja para casa. Ou até a casa de Paulo [amigo da família e ‘tio’ da menina], ficava lá, sempre entre a família. Quem pegou, sabia que era ficava sozinha”, disse.

João também contou que a filha costumava ficar sozinha em casa sempre que a madrasta saía para acompanhar a irmã de 2 anos até o Hospital do Subúrbio, onde está internada desde dezembro.

Já o filho de 12 anos, o pedreiro tinha o hábito de levar sempre com ele para o trabalho.

“Na segunda-feira, saímos de casa mais ou menos 6h. Deixei minha mulher no hospital e segui pro trabalho com meu filho. Sempre falava pra ela não abrir a porta pra ninguém. A chave, deixava à disposição dela, porque não podia trancar. O pesadelo começou quando chegamos, às 18h, e eu vi o cadeado fechado”, lembrou.

“Quando vi que ela não estava lá e em lugar nenhum, comecei a movimentar todo mundo. A comunidade inteira me ajudou, nos unimos e procuramos em tudo, mas não encontramos mais. Eu sempre acreditei que ela estivesse viva, até o último momento”, lamentou .

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do caso, ainda não tem informações da autoria e motivação do crime. O pai da criança comentou com a reportagem que vai prestar depoimento na próxima segunda-feira (21/1).

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