Inclusão é para surdos-cegos também
Deputado apresentou projeto de lei na Assembleia Legislativa que prevê instalação de escolas de libras na rede pública de ensino do Estado. O texto abrange ainda pessoas com limitações e disfunções auditivas.
Os profissionais designados nessas escolas deverão ser integrantes da rede pública de ensino e habilitados na área específica de surdez, com domínio da Língua Brasileira de Sinais. Os professores poderão também atuar com alunos surdos-cegos. Caberá ao Poder Executivo a promoção da formação e capacitação dos funcionários.
Além de compor o projeto pedagógico, as escolas bilíngues deverão atender diversas disposições, entre elas oferecer condições adequadas ao desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo e social dos estudantes surdos e experiências de exploração da linguagem.
O projeto estabelece ainda a participação dos alunos em eventos culturais e esportivos, com o fim de promover o protagonismo surdo e a divulgação das atividades por eles desenvolvidas, com vistas à inclusão social, ao intercâmbio, à ampliação de oportunidades, à aquisição de hábitos e à identificação de talentos.
“Queremos um modelo de escola que possua professores e funcionários preparados e voltados para atender os alunos com deficiência auditiva. Hoje, as políticas públicas da educação inclusiva não visam o aperfeiçoamento e o possível desenvolvimento dos alunos surdos, os quais não estão aprendendo Libras. O que existe hoje é a tradução da língua portuguesa para Libras”, afirmou o deputado Capitão Contar (PSL), autor da proposta.
Para o deputado, a metodologia empregada pela escola bilíngue proporcionará aos jovens e adultos matriculados fluência em libras e português escrito. “A ideia é que possam ser entendidas dentro e fora dos limites do contexto escolar”, disse. Contar citou uma pesquisa realizada em Santa Catarina, que revelou a dificuldade quanto à aprendizagem dos conteúdos de algumas matérias específicas.
“Ficaram constatados vários problemas. O professor passa o conteúdo com rapidez, sendo que o intérprete não consegue acompanhar o ritmo. Há falta de fluência e de vocabulário por parte dos intérpretes e a ausência de uma didática focada aos surdos, o que faz com que muitas disciplinas não sejam compreendidas. Essa é a realidade da maioria dos alunos surdos matriculados na rede pública regular de ensino”, destacou.
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PROJETO DE LEI