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Dançarina é inocentada dois anos após ter sido condenada por roubo; ela foi reconhecida pelo "cabelo cacheado"

Dançarina é inocentada dois anos após ter sido condenada por roubo; ela foi reconhecida pelo "cabelo cacheado"

A dançarina Bárbara Querino de Oliveira foi absolvida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na última quarta-feira (13/5). Ela ficou presa por um ano e oito meses após ter sido condenada no dia 10 de agosto de 2019, por roubo a carro, ao ser reconhecida pelos cabelos. Na decisão, o desembargador Guilherme Souza Nucci considerou que não havia elementos suficientes para a condenação de Bárbara, cujo total da pena era de cinco anos e quatro meses de prisão. O processo estava previsto para ser apreciado em outubro do ano passado, mas só foi revisto neste mês. 
O documento com a resolução apontou que o o contexto do reconhecimento de Bárbara aconteceu de forma confusa, através do aplicativo WhatsApp. “Os ofendidos reconheceram Bárbara em razão de seu cabelo, circunstância, no mínimo, peculiar, sobretudo pela ausência de traços diferenciais no cabelo da referida acusada”, explica o magistrado no ofício.
Nas redes sociais, a dançarina comemorou: "É com o coração cheio de alegria, os olhos cheios e lágrimas que venho dar essa notícia para vocês.
Finalmente saiu a resposta da minha audiência, desde outubro do ano passado eu estava aguardando ansiosamente um parecer da Justiça", comentou.
VEJA: 

HISTÓRIA
Mesmo após afirmar que estava trabalhando no Guarujá, a 85 quilômetros de São Paulo, cidade onde o roubo pelo qual foi condenada aconteceu, Bárbara foi sentenciada a 5 anos e 4 meses de prisão. O caso ficou conhecido em todo o país, e se transformou em um dos símbolos do movimento negro e do combate ao racismo institucionalizado. Bárbara foi homenageada no funk Marielle Franco, de Mc Carol, se tornou personagem do livro “Reservado”, do autor Alexandre Ribeiro, e foi presenteada por Lázaro Ramos com o livro “Na Minha Pele”, de sua autoria.
O reconhecimento da jovem aconteceu depois que fotos tiradas por policiais vazaram e foram divulgadas no WhatsApp e no Facebook. Quando a foto foi tirada, no entanto, não havia qualquer acusação contra ela. Pouco tempo depois, a imagem da jovem foi compartilhada e divulgada inúmeras vezes com mensagens que garantiam que ela era uma criminosa, fato que, agora, dois anos depois da condenção, a justiça admite ter sido um erro. 

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