O motoboy de 19 anos humilhado por um cliente durante uma entrega dentro de um condomínio em Valinhos, no interior de São Paulo, começará nesta segunda-feira (17/8) a trabalhar com edição de vídeos, em uma grande agência de publicidade.
O jovem foi contratado pela Avellar, grupo especializado em estratégias digitais que tem Ambev, Tinder, MRV e XP Investimentos no portfólio de clientes. Ele ganhou ainda um curso da Cria School, escola de marketing e publicidade aberta por Raphael Avellar, dono da agência.
Matheus já acompanhava o trabalho do empresário nas redes sociais e já tinha trocado mensagens com ele há mais de dois anos. “O Matheus estava fazendo entregas porque, no meio da pandemia, perdeu o emprego de jovem aprendiz. Mas ele é um empreendedor e foi um dos primeiros a acompanhar meu trabalho das redes sociais”, relatou Avellar.
O ato de discriminação viralizou nas redes sociais e, desde então, Matheus concedeu entrevistas, ganhou motocicleta, computador e cerca de R$ 200 mil arrecadados em uma vaquinha online. O Ministério Público de Valinhos pediu a abertura de inquérito para investigar o caso e o contador Mateus Abreu Almeida Prado Couto, suspeito de cometer injúria racial, terá que que fazer um exame de sanidade mental para provar que é esquizofrênico.
Matheus não se considera negro. Ele acha que o cliente associou o fato de ele ser motoboy com pobres e negros. Pires concluiu o ensino médio em 2018, mas não se interessa em fazer faculdade pois acredita que aprende mais trabalhando.
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