A nova variante do coronavírus, que está se espalhando rapidamente pelo Reino Unido, apresenta mutações que podem tornar crianças mais suscetíveis às infecções pelo vírus, diferentemente de cepas anteriores. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (21/12) por cientistas do Grupo de Aconselhamento sobre Novas Ameaças de Vírus Respiratórios (Nervtag, na sigla em inglês).
O surgimento dessa nova variante mutada da Sars-CoV-2, até 70% mais transmissível do que cepas anteriores detectadas no país, levou alguns países a fecharem suas fronteiras com o Reino Unido e colocou grandes áreas do território britânico sob restrições severas durante o período natalino.
O grupo de cientistas está rastreando a variação e concluiu que a nova cepa, que se tornou rapidamente dominante no sul do Reino Unido, poderia fazer o mesmo no resto do país em breve. Segundo as declarações do professor de doenças infecciosas emergentes na Universidade de Oxford e diretor do grupo, Peter Horby, essa variedade tem uma vantagem de transmissão em relação a outras variedades que estão atualmente no Reino Unido.
Por sua vez, o professor e epidemiologista de doenças infecciosas do Imperial College de Londres e também membro do grupo de aconselhamento, Neil Ferguson, aponta uma indicação de que há uma maior propensão para a infecção de crianças. Ainda não foram estabelecidas qualquer tipo de causalidade sobre o fato, mas o aumento pode ser notado nos dados.
"Vamos precisar reunir mais dados para ver como essa nova cepa se comporta daqui em diante", disse Ferguson.