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Advogado acusado de matar jovem em quiosque do Imbuí é preso

A Justiça determinou a prisão temporária de José Geraldo ontem

O advogado José Geraldo Lucas Júnior, 27 anos, se apresentou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta quarta-feira (27). Ele é acusado de matar Lucas Souza de Araújo, 29, a tiros dentro de um bar no Imbuí, no domingo (24). Familiares da vítima também estão em frente à delegacia e pedem justiça.

A Justiça determinou a prisão temporária de José Geraldo ontem, assim como de um amigo dele que estava no bar. Os mandados foram cumpridos hoje. Este amigo, identificado apenas como Jean, também se apresentou na delegacia.

No momento da chegada do acusado, houve muita comoção entre os familiares de Lucas - os pais, o irmão, a esposa e a cunhada estão no local. A mãe passou mal, desmaiou e precisou ser socorrida. A polícia acredita que Jean foi buscar a arma do crime e entregou a Geraldo. Ambos alegam que agiram em legítima defesa.

A esposa e a cunhada contam que o suspeito perseguiu as duas no banheiro do bar. Elas foram seguidas e assediadas insistentemente por José Geraldo, dizem. A partir daí, Lucas e o irmão, Lauro, interviram e uma discussão começou, mas sem agressões físicas. Os irmãos foram pagar a conta para ir embora do bar, mas o acusado não quis por fim à confusão. Ele saiu do bar e retornou, dando um soco em Lauro. Lucas entrou na frente do irmão, mas não teve tempo de reagir. O criminoso disparou contra Lucas e três tiros o atingiram, contam.

"Ele me deu um soco, eu fui agredido pelo assassino do meu irmão. Eu não fiz nada com ele, meu irmão não fez nada com ele, a minha esposa e a esposa de meu irmão não fizeram nada com ele. Quem fez foi ele. As câmeras estão lá", diz Lauro.

A esposa de Lucas também diz que ele não chegou a ter nenhuma reação. "Meu marido não teve tempo de fazer nada. Ele deu um tiro sem meu marido nem tocar nele. Ele veio de lá sorrindo, eu não vou esquecer. Ele premeditou tudo, tirou foto da gente", diz. Ela conta que entrou com a cunhada no banheiro para escapar de Geraldo, mas ele as seguiu.

Lucas morava em São Cristóvão e tinha uma barbearia em Pernambués. Ele deixou uma filha de 8 anos e um de 4. A avó disse que os netos sentem a falta do pai e ainda não entenderam o que aconteceu. A família se sente insegura e teme que a prisão dos criminosos não dure muito tempo. "Ele tem a foto da gente, vai fazer alguma coisa com a gente. Não deixem ele fazer! Não deixem que essa prisão seja só por 30 dias! Eu tenho dois filhos, eles só têm a mim", dizia, em meio ao choro, a viúva.

Segundo a Polícia Civil, também foram apresentadas no DHPP as roupas dos suspeitos e a pistola 9mm usadas no dia do crime. Os dois presos serão interrogados e passarão por exame de lesões. A polícia informou também que já solicitou as imagens das câmeras do estabelecimento.

Crime

O crime aconteceu em um quiosque ao lado da Barraca do Zurca, na Praça do Canal. Houve muita correria no local. Lucas estava no bar com a esposa, o irmão e a cunhada. Quando as mulheres levantaram para ir ao banheiro, um dos suspeitos teria 'mexido' com a mulher dele. Lucas então se aproximou para tirar satisfação, mas os dois brigaram. O advogado estava armado e atirou.

Lucas foi baleado na cabeça e no peito e morreu no local. De acordo com a 39ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Boca do Rio), na noite do crime, o Centro Integrado de Comunicações (Cicom) acionou policiais militares da unidade após informações de disparos de arma de fogo. No local, a equipe já encontrou a vítima sem vida e isolou a área para perícia.

O advogado do suspeito disse à TV Record que o cliente tem autorização para portar arma e que o crime "foi um fato isolado". "Foi um fato isolado na vida, nunca teve problema, por isso não vai ficar assim. Infelizmente está sendo acusado dessa fatalidade, não podemos acusar, estou aqui para buscar uma resposta sobre uma punição dentro dos rigores da lei, onde seja preservado o mais amplo direito de defesa", disse Antônio Glorisman.

Ele ainda não conversou pessoalmente com o cliente e não tem detalhes da versão dele para o caso. "Não se trata de um bandido, se trata de uma pessoa que em um momento de turbulência, não se sabe de como aconteceu os fatos, é isso que o delegado está tentando apurar buscar efetivamente”.

O irmão de Lucas usou as redes sociais para lamentar a morte do jovem. "Não existe dor maior do que uma dor de um irmão, um pai e uma mãe. Você me entendia, a gente era um só carne e osso", escreveu Lauro. "Antes de você morrer, você falou que pessoas boas morrem cedo, você disse que me amava, ligou pra meu pai, pra meu irmão Léo, disse que amava Marisa e beijou a mão de minha esposa como uma despedida", continuou. "Você está cravado no meu coração. Te amo, meu irmão".


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