Após a morte do policial Weslei Soares, que abriu fogo contra tropa da Polícia Militar da Bahia, no Farol da Barra, neste domingo (28), e acabou atingido, uma enxurrada de mensagens falsas ganhou as redes sociais. O Aos Fatos fez a checagem das informações e confirmou que são falsas as alegações de que os PMs baianos "não pensaram duas vezes e atiraram no policial" na vítima.
Ainda segundo o portal, são mentirosas também as insinuações de que não tenha havido negociação entre a corporação e o militar, que, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), teve um surto psicótico antes de abrir fogo contra os colegas. O Aos Fatos afirmou que, na verdade, por volta das 15h30, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tentaram negociar com Weslei.
De acordo com a Polícia Militar, por volta das 18h35, “o soldado verbalizou que havia chegado o momento, fez uma contagem regressiva e iniciou os disparos contra as equipes do Bope". O portal ainda destacou que não há qualquer evidência que relacione o policial a protesto contra ordens de restrição em razão da Covid-19.
Por meio de nota, a polícia disse que o militar chegou armado com fuzil e pistola ao local, às 14h, e, a partir de então, pintou o rosto de verde, entoou palavras de ordem, jogou bicicletas e o material de trabalho de vendedores ambulantes no mar. As diversas mensagens falsas que circularam nas redes sociais na noite deste domingo já somavam 110 mil compartilhamentos somente no Facebook.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o soldado, lotado na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar de Itacaré, município no sul da Bahia, disparou em direção aos policiais e, em seguida, foi alvejado. Ele foi atingido em pelo menos três regiões do corpo, incluindo tórax e abdômen.
“No momento que caiu ao chão ele iniciou uma série de disparos contra os policiais, que novamente tiveram a necessidade de realizar disparos, e, quando ele cessou a agressão, os policiais chegaram perto para utilizar o resgate”, declarou Capitão Luiz Henrique, responsável pela negociação com o PM.
A tentativa de associar a ação do policial a um ato de desobediência civil tem sido usada nas redes sociais também por políticos com mandato, como a deputada Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual Soldado Prisco (PSC-BA). O objetivo é atacar o governador do Estado e opositor político, Rui Costa (PT), alvo comum de bolsonaristas em campanhas de desinformação.