O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou uma ação de senadores governistas que tentavam impedir o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A comissão foi instalada nesta terça-feira (27/4) e vota nesta quarta o plano de trabalho definido por Calheiros, que é o relator. Calheiros foi indicado relator pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Os senadores Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE) acionaram o STF sob argumento de que Calheiros não pode participar da CPI porque é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL). O ministro Ricardo Lewandowski disse na decisão não vislumbrar "a existência de fundamento relevante, ao menos neste juízo preliminar, suficiente para determinar a suspensão cautelar do ato combatido".
Para Lewandowski, não há na ação elementos que justifiquem suspender a indicação de Renan para integrar a comissão. Segundo o ministro, a Constituição “não esmiuçou como se deve dar a composição ou a escolha dos integrantes da comissão, nem mesmo para os relevantes encargos de presidente, vice-presidente e relator".
Ele afirmou que é atribuição do Legislativo definir internamente, por meio do seu regimento, como será a definição desses cargos e que a composição da CPI é uma questão interna, não cabendo intervenção do Judiciário.