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Nova variante de Zika Vírus que pode causar surto global começa a ser estudada por cientistas


O Aedes aegypt ficou com ciúmes de ter perdido o lugar de "pior transmissor de doença" para a Covid-19 e deu uma repaginada: para competir, quer trazer uma nova variente do Zika Vírus. A doença já amendontrou os brasileiros em 2016, quando foi considerada "emergência médica global" e causou o nascimento de diversos bebês com microcefalia.


Apesar desse novo surto ser "bem possível", segundo pesquisadores ouvidos pela BBC, ese cenário ainda é apenas fruto de uma previsão. Uma única mutação poderia ser suficiente para desencadear uma disseminação explosiva, mas essa mudança ainda não foi notada.

O trabalho de laboratório, descrito no periódico científico Cell Reports, aponta que o vírus pode mudar facilmente, criando novas variantes. Estudos recentes de infecção indicam que essas variantes podem ser eficazes na transmissão do vírus, mesmo em países que acumularam imunidade de surtos anteriores de Zika, diz a equipe do Instituto La Jolla de Imunologia.

 

Mesmo que teóricas, as descobertas são interessantes pois servem de lembrete de que outros vírus além do causador da Covid podem representar uma ameaça. Embora para a maioria das pessoas o Zika seja uma doença leve, sem efeitos duradouros, pode ter consequências catastróficas para os bebês que ainda estão no útero.

"Este trabalho mostra a rapidez com que uma mudança de uma única letra na sequência do genoma de um vírus pode surgir e o forte impacto que pode ter na capacidade de doença de um vírus. Mas vírus que compartilham essas mudanças não são vistos com frequência em surtos. e, como os autores apontam, esses insights intrigantes exigem uma investigação mais completa", disse o professor Jonathan Ball, especialista em vírus da Universidade de Nottingham, à BBC.

O Zika é transmitido por picadas de mosquitos Aedes infectados. Os insetos são encontrados em todas as Américas – exceto no Canadá e no Chile, onde é muito frio para eles sobreviverem – e em toda a Ásia.

 

MUDANÇAS

Os pesquisadores recriaram o que acontece quando o vírus passa entre mosquitos e humanos, usando células e camundongos vivos em seus experimentos. Quando o Zika passou entre células de mosquito e camundongos em laboratório, ocorreram pequenas mudanças genéticas.

Isso significa que foi relativamente fácil para o zika sofrer mutações de uma maneira que permitia que o vírus prosperasse e se espalhasse, mesmo em animais que tinham alguma imunidade anterior de uma infecção transmitida pelo mesmo mosquito: a dengue.

"A variante do Zika que identificamos evoluiu ao ponto em que a imunidade de proteção cruzada proporcionada pela infecção anterior por dengue não era mais eficaz em camundongos. [...] Infelizmente para nós, se essa variante se tornar predominante, podemos ter os mesmos problemas na vida real", disse o principal pesquisador do estudo, professor Sujan Shresta.

 

Clare Taylor, da Society for Applied Microbiology, afirma que pode ser possível prever quais variantes podem causar problemas significativos no futuro e intervir cedo.

"Embora essas descobertas tenham sido observadas em experimentos de laboratório e, portanto, tenham limitações, elas mostram que há potencial para que variantes preocupantes surjam durante o ciclo normal de transmissão do Zika e nos lembra que o monitoramento é importante para acompanhar os vírus à medida que eles evoluem", salienta.

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