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Varíola dos macacos: devo me preocupar com emergência de saúde global?

O Brasil está entre as 10 nações com mais registros de infecções por varíola dos macacos. Especialistas explicam características da doença

 

imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos

 

A varíola dos macacos foi classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como emergência de saúde pública de interesse internacional no último sábado (23/7). No atual surto, já foram identificados mais de 18 mil casos da doença em cerca de 70 países e as perguntas sobre a transmissão e os sintomas se intensificaram.

 


 

O Brasil está entre as 10 nações com mais registros de infecções por varíola dos macacos: são 813 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. Entretanto, especialistas garantem que não há motivos para uma preocupação semelhante a que o mundo experimentou com a epidemia de Covid-19, isso porque os efeitos da doença tendem a ser leves e a letalidade é baixa.

 

“Quadros que evoluem para óbitos não são comuns, mesmo com quase 20 mil casos confirmados. Em relação à gravidade, as principais preocupações são com os grupos de pessoas imunossuprimidas, os muito jovens ou os de idade muito avançada”, explica o infectologista José David Urbaez, do grupo DASA.

 

Urbaez relata que os casos mais graves apresentam lesões muito dolorosas e vem sendo tratados com medicamentos que eram usados, até então, para o tratamento da varíola humana. Ele reforça que a doença tem se apresentado de forma bem diferente da versão que é endêmica na África e, por isso, em caso de diagnóstico positivo, complicações não podem ser descartadas. “Lesões na pele e nas mucosas podem levar a contaminações por bactérias, que podem ser graves e causar óbito”, afirma.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, aponta que pessoas com a saúde mais debilitada podem ter sequelas se forem infectadas pelo vírus e recomenda que os casos confirmados mantenham isolamento entre duas e três semanas após o fim dos sintomas.

 

Contágio

Os especialistas ressaltam que qualquer pessoa pode contrair a varíola dos macacos, já que uma das principais formas de transmissão do vírus consiste no contato prolongado com a pele ou com mucosas infectadas. Apesar de não ter sido documentada na versão original do vírus, a transmissão via sexual vem se consolidando como bastante provável. O contágio pode ocorrer também quando há contato com objetos contaminados por secreções que vêm das lesões.

O grupo de homens que fazem sexo (HSH) com homens deve ter especial atenção em relação à doença. “É significativo, nesse momento, que a principal população afetada é a de homens que fazem sexo com homens e que têm múltiplos parceiros sexuais. Essa população é mais vulnerável por estar mais exposta à transmissão”, afirma Urbaez.

 

O contágio por gotículas transmitidas pelas vias respiratórias é extremamente raro, mas a possibilidade não deve ser descartada. Os infectologistas, no entanto, sugerem que as pessoas sigam utilizando máscaras em locais de aglomerações.

 

Sintomas

O período de incubação do vírus que provoca a doença varia de sete a 21 dias. Os sintomas costumam aparecer 10 ou 14 dias após o momento da infecção. Os primeiros sinais são febre, mal-estar e dor. Cerca de três dias depois, os pacientes passam a apresentar bolhas pelo corpo – parecidas com as da catapora. A doença termina em um período entre três e quatro semanas.

As principais medidas a serem tomadas em caso de suspeita são o diagnóstico rápido e o isolamento imediato. Os especialistas recomendam que os profissionais da saúde sejam orientados para reconhecer os sintomas e encaminhar os pacientes para os exames.

Alberto Chebabo frisa que a vacinação dos grupos mais vulneráveis e de profissionais da saúde é uma forma efetiva de proteção e bloqueio contra a doença. Embora não exista imunizante específico para a varíola dos macacos, países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra têm utilizado estoques da vacina contra a varíola humana para combater novos casos no grupo HSH.

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