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Gol se contradiz e diz em site oficial que laptop "só pode ser despachado como bagagem de mão"


Empresa nega que tenha obrigado passageira a despachar notebook

A GOL Linhas Aéreas entrou em contradição ao expulsar uma passageira do voo 1575 na noite de sexta-feira (28). A empresa solicitou que Samantha Vitena despachasse sua bagagem, que estava com um laptop dentro, o que é proibido de acordo com o site institucional.

No site oficial da empresa, a seção "Bagagem despachada" > "itens permitidos" > "TVs e Computadores" destaca como "importante" a seguinte informação: "Seu laptop só poderá ser transportado somente como bagagem de mão".

Apesar da passageira e de outros clientes presentes na aeronave alegarem que a empresa solicitou que Samantha despachasse a bagagem com o laptop dentro, a GOL informou que "a Tripulação da GOL ofereceu para a cliente o despacho gratuito da bagagem e, em seguida, ofereceu que o computador fosse retirado da mochila. Por fim, ofereceu a troca de assento para onde seria possível a acomodação da bagagem".

A nota foi enviada às 11h50. Quando questionada sobre ter oferecido o despacho, conforme a nota, a GOL enviou um novo posicionamento mais detalhado às 13h17, informando que "a Tripulação da GOL ofereceu para a cliente o despacho gratuito da bagagem e, ao ser informada que havia um computador na mochila, orientou que o device poderia ser retirado, caso a passageira concordasse com o despache da mala. Por fim, ainda foi sugerida a troca de assento para um outro onde seria possível a acomodação da bagagem”.

Entenda
A confusão aconteceu na noite de sexta-feira (28). Samantha Vitena, uma mulher negra, alegou dificuldade de guardar sua mochila - que tinha um laptop dentro - e se recusou a despachar a bagagem, por receio de ter o equipamento quebrado.

Passageiros que estavam no mesmo voo da mulher, o 1575, que partiria e Salvador com destino a São Paulo, alegam que a mulher foi apontada como responsável pelo atraso do voo e acusam a tripulação da companhia aérea de racismo. As imagens viralizaram nas redes sociais.

A história foi compartilhada pela jornalista Elaine Hazin, que estava no voo. "Conseguimos um lugar para a mochila de Samantha e nem mesmo assim o voo decolaria. Mais uma hora de atraso, nenhuma satisfação da cia área, gente passando mal no avião, e eis que 3 homens da Polícia Federal entram de forma extremamente truculenta no avião para levar a “ameaça” do voo embora - a Samantha", publicou ela. 

Nas imagens, um dos agentes alega que o comandante chamou a Polícia Federal. Outro agente explica que a expulsão de Samantha seria "para a segurança do voo".

Os passageiros tentaram ser solidários a Samatha, mas foram impedidos de acompanhá-la. "Ela foi levada pela Polícia, eu quase fui levada junto por defendê-la, me agrediram, me ameaçaram", completou a jornalista.

A Polícia Federal instaurou um inquérito policial neste domingo (30) para apurar as denúncias de racismo. Em comunicado, informou que a investigação vai "apurar a eventual existência dos crimes de preconceito de raça ou cor durante os procedimentos a retirada compulsória de passageira do Voo Gol 1575 no dia 28/4 no Aeroporto Internacional de Salvador/BA". A investigação foi instaurada na Superintendência Regional da Polícia Federal na Bahia e permanecerá em sigilo até a completa apuração dos fatos.

Sobre o caso de racismo, a empresa havia respondido anteriormente através de uma nota oficial.


Leia a nota da Gol na íntegra:

"A GOL informa que, durante o embarque do voo G3 1575 (Salvador - Congonhas), havia uma grande quantidade de bagagens para serem acomodadas a bordo e muitos Clientes colaboraram despachando volumes gratuitamente. Mesmo com todas as alternativas apresentadas pela tripulação, uma Cliente não aceitou a colocação da sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e, por medida de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Lamentamos os transtornos causados aos Clientes, mas reforçamos que, por medidas de Segurança, nosso valor número 1, as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos estabelecidos, sem exceções. A Companhia ressalta ainda que busca continuamente formas de evitar o ocorrido e oferecer a melhor experiência a quem escolhe voar com a GOL e segue apurando cuidadosamente os detalhes do caso."

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