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Incra oficializa reconhecimento de territórios quilombolas na Bahia


Publicados reconhecimentos de terras quilombolas de Iúna e Vicentes na Bahia

Nesta segunda-feira (22), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu duas terras quilombolas na Bahia. As portarias de reconhecimento das comunidades de Iúna e Vicentes, localizadas nos municípios de Lençóis e Xique-Xique, respectivamente, foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU).

O Incra delimitou e reconheceu os territórios das 39 famílias de Iúna e das 29 famílias de Vicentes. Além disso, as portarias validam os Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID) dessas comunidades. O RTID é um documento que busca identificar e demarcar os territórios reivindicados pelos remanescentes quilombolas, por meio de pesquisas realizadas.

A partir das portarias, o Serviço de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas do Incra/BA iniciará a elaboração dos decretos, reunindo a documentação necessária para que Iúna e Vicentes possam ser declaradas como áreas de interesse social pelo governo federal.

Após a emissão dos decretos presidenciais e a posse das terras, o Incra realizará as titulações comunitárias das duas áreas.

Iúna

O território quilombola de Iúna está localizado a 18 quilômetros da cidade de Lençóis e abrange uma área delimitada de 1,4 mil hectares. O RTID, publicado em 2015, identificou a presença de 39 famílias remanescentes de quilombos nessa comunidade.

Iúna está situada na região conhecida como Marimbus, que se assemelha ao Pantanal, com áreas alagadas e uma biodiversidade única em fauna e flora. As famílias chegaram a essa região durante a seca que assolou o Nordeste em 1932, fugindo de outros quilombos.

De acordo com o relatório antropológico, a população de Iúna tem ligações com a mística religião do Jarê, os espíritos das florestas da Chapada Diamantina e as histórias sobre os encantados.

Vicentes

Com o RTID publicado em 2017, o território quilombola de Vicentes possui uma área delimitada de 355 hectares. As 29 famílias que compõem essa comunidade vivem da agricultura, pesca, coleta de mel, caça e criação de bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

A formação do grupo remonta à chegada de Vicente Pereira Baldoíno à região, que posteriormente ficou conhecida como Vicentes. Isso ocorreu no final do século XIX, entre o período de proximidade do fim da escravidão e o início pós-abolição.

Vicente Baldoíno se casou com Joventina Pereira, natural de uma comunidade ribeirinha próxima. A partir da união do casal, surgiu a atual comunidade de Vicentes. Os membros vivos da comunidade têm algum grau de parentesco com o casal.

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