Operação contra facção criminosa resulta em bloqueio de milhões e apreensões em Jequié
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Operação contra facção criminosa resulta em bloqueio de milhões e apreensões em Jequié



Em uma ação conjunta em diversas cidades do estado da Bahia e do Mato Grosso, a Polícia Federal deflagrou a Operação "Pooling Accounts" (Contas de Passagem) no dia 21 de julho de 2023. O objetivo da operação era desmantelar uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro, que utilizava o tráfico de drogas como fonte de recursos. A investigação abrangeu 20 pessoas físicas e 14 pessoas jurídicas suspeitas de estarem envolvidas no crime. Os locais alvo das ações incluem Jequié, Vitória da Conquista, Feira de Santana, Itaberaba, Itabuna, Itagi, Boa Nova, Salvador, Jaguaquara e Santo Antônio de Jesus, na Bahia, além de Cuiabá, Nova Mutum, Nobres e Várzea Grande, no Mato Grosso.

A investigação identificou 20 pessoas físicas e 14 pessoas jurídicas suspeitas de envolvimento na lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Os criminosos se utilizavam de falsificação de documentos particulares para ocultar a origem ilícita dos recursos e mantinham uma rede ampla e articulada, estendendo-se por diversas cidades da Bahia e do Mato Grosso.

O objetivo da operação era realizar 41 mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos investigados, visando coletar provas e apreender bens adquiridos com o dinheiro ilegal. Além disso, foram executados mandados de sequestro de 35 veículos, incluindo automóveis e motocicletas utilizados pelos criminosos para ocultar seus ganhos ilícitos.

No decorrer da operação, os agentes também efetuaram o sequestro de um apartamento avaliado em R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), adquirido com recursos oriundos do tráfico de drogas.

Outra ação significativa foi o bloqueio de valores em 541 contas bancárias pertencentes aos investigados, sendo estas contas distribuídas em diferentes titularidades e instituições financeiras. Essa medida teve como objetivo impedir a movimentação dos recursos ilícitos e facilitar a recuperação dos valores para futura restituição às vítimas do crime.

A Operação "Pooling Accounts" representou um duro golpe contra a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas, desmantelando uma estrutura complexa e multirregional. A ação coordenada pela Polícia Federal resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão, no sequestro de veículos, de um imóvel e no bloqueio de centenas de contas bancárias utilizadas pelos criminosos.

Essa operação demonstra o compromisso das autoridades em combater o crime organizado e suas ramificações financeiras, buscando a desarticulação de esquemas ilícitos e a recuperação de recursos para que sejam direcionados à reparação dos danos causados à sociedade.

As investigações prosseguirão, e os responsáveis pelos crimes identificados durante a Operação "Pooling Accounts" serão levados à Justiça para responderem pelos seus atos, buscando-se, assim, a efetiva punição e a promoção da segurança e da justiça para a população.

Uma investigação iniciada no final de 2021 pelo Setor de Investigação da Coordenadoria de Jequié desencadeou uma operação para combater uma facção criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro na cidade. Após meses de trabalho, a equipe identificou os principais responsáveis pelas operações ilegais, bem como os diferentes níveis de atuação dentro da organização criminosa. Apesar dos esforços, a operação foi prejudicada pelo vazamento de informações e pela dificuldade em obter mandados de prisão. Até o momento, a ação resultou no bloqueio de milhões de reais e na apreensão de propriedades e veículos ligados ao crime.

A investigação liderada pelo Setor de Investigação da Coordenadoria de Jequié teve início no final de 2021, quando a equipe monitorou uma entrega significativa de drogas no Bairro Joaquim Romão, Rua da Linha, na Cidade de Jequié. Após vários dias de vigilância, identificaram e monitoraram uma pessoa que se revelou ser o responsável pelos depósitos provenientes da venda de drogas em vários bairros da cidade. Essa pessoa estava atuando sob o comando de uma facção criminosa com conexões nacionais, incluindo outra facção no Estado do Rio de Janeiro.

Durante o curso da operação, foi revelado que a organização criminosa operava em três níveis de escalonamento:

1. Primeiro escalão: Formado pelos líderes do tráfico que atuavam fora do Estado e administravam a facção criminosa, recebendo os lucros provenientes do tráfico. Contavam com o apoio de pessoas presas nos presídios e dos "soldados do tráfico", responsáveis por cometer homicídios e garantir a manutenção do território sob o controle da facção.

2. Segundo escalão: Incluía pessoas envolvidas na gestão financeira da organização criminosa, colaborando para ocultar o dinheiro e lucrando com os crimes. Esse grupo contava com advogados e empresários.

3. Terceiro escalão: Composto por pessoas que cediam suas contas bancárias para a lavagem de dinheiro. Predominantemente pessoas humildes, muitas delas sem declarar Imposto de Renda e, em alguns casos, beneficiárias de programas sociais.

Nessa primeira fase da operação, o objetivo era realizar o sequestro de uma impressionante quantia de R$ 116.000.000,00 (cento e dezesseis milhões de reais) que estava distribuída em diversas contas bancárias.

Infelizmente, após 16 meses de trabalho da Coordenadoria Regional de Jequié, a operação vazou. Durante esse período, foram solicitados 7 pedidos de medidas cautelares, incluindo o afastamento de sigilo fiscal e bancário, interceptações telefônicas e pedidos de reconsideração de decisões judiciais. No entanto, os mandados de prisão foram indeferidos pelo Poder Judiciário, mesmo com o parecer favorável do Ministério Público, o que dificultou significativamente o andamento da investigação, especialmente nesse tipo de crime.

Apesar dos obstáculos enfrentados, a operação já apresentou alguns resultados significativos. Foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, resultando no bloqueio de 541 contas bancárias pertencentes a membros da facção criminosa e a diferentes instituições financeiras. Até o momento, foram sequestrados R$ 221.754,05 (duzentos e vinte e um mil, setecentos e cinquenta e quatro reais e cinco centavos) dessas contas bloqueadas.

Além disso, a operação levou ao sequestro de um imóvel no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) em Cuiabá/MT e de três veículos, incluindo um VW Nirvus e duas motocicletas. Também foram apreendidas 16 munições calibre .38, relacionadas às atividades criminosas da facção.

A operação liderada pela Coordenadoria de Jequié contra uma facção criminosa envolvida no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro tem avançado, apesar dos desafios enfrentados, como o vazamento de informações e a dificuldade em obter mandados de prisão. As ações da equipe resultaram no bloqueio de milhões de reais em contas bancárias e na apreensão de bens relacionados às atividades ilícitas da organização. Espera-se que a operação continue a trazer resultados positivos na luta contra o crime em Jequié e em outras regiões afetadas por essa rede criminosa.


Fonte: Polícia Civil da Bahia

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