
O tenente-coronel Mauro Cid teria dito em sua delação que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria submetido à cúpula militar do seu governo uma minuta de decreto golpista prevendo a convocação de novas eleições e a prisão de adversários.
De acordo com a coluna de Josias de Souza no portal UOL, uma pessoa que acompanha as investigações da Polícia Federal revelou que a delação de Cid transformou em "prova indiciária" uma live realizada por Bolsonaro em 30 de dezembro do ano passado. Na trasmissão, o ex-presidente menciona a posse de Lula, que ocorreria dois dias depois e afirmou: "Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das leis, saída para isso aí."
Ainda segundo a publicação, a PF entende que essa live de Bolsonaro, exibida horas antes de sua viagem para os Estados Unidos, dá um indício de que o ex-presidente conduziu uma tentativa de golpe, que Mauro Cid diz ser testemunha.
No dia 12 de janeiro, duas semanas após a live em questão, a PF apreendeu na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres uma minuta de decreto presidencial para instaurar Estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral para reverter o resultado da eleição. Além disso, a Polícia Federal encontrou no celular de Mauro Cid a minuta de um decreto sobre Estado de Sítio e operação militar de Garantia da Lei e da Ordem. Os investigadores tentam saber se há uma ligação entre as minutas, a delação do tenente-coronel e a live de Bolsonaro.