O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), está sendo investigação devido ao contrato de R$ 48 milhões para a compra de respiradores. Essa situação está ocorrendo devido a delação premiada da empresária Cristiana Taddeo, da Hempcare, empresa que recebeu o recurso milionário, em 2020.
O ex-governador também foi mencionado no depoimento à Polícia Federal feito pelo ex-secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, responsável pelas tratativas com a empresa. Ele disse ter fechado o negócio por ordem do petista. O contrato foi realizado com a empresa durante a gestão de Costa como governador da Bahia.
Um dos mais influentes ministros do governo Lula, Rui nega as acusações. Foi ele, como governador na época, quem determinou a investigação sobre o caso — o que ele ressalta para negar envolvimento com irregularidades.
De acordo com Taddeo, a contratação da empresa foi intermediada por um empresário baiano "amigo de Rui Costa". Este foi o caso de Cleber Isaac. Essa situação vai de encontro com o que era dito sobre o envolvimento da ex-primeira-dama, Aline Peixoto.
Achei que as tratativas para celebrar o contrato com o Consórcio Nordeste fizeram de forma muito rápida, mas entendi que eu estava sendo beneficiado porque havia um combinado de pagar comissões expressivas aos intermediários do governo", destacou Cristiana Taddeo no acordo de delação premiada.
Já Bruno Dauster disse em depoimento que essas tratativas tiveram o aval do então governador, Rui Costa. Na ocasião, Dauster pontuou que houve uma flexibilização nos critérios por causa da pandemia e devido ao aumento da procura no mercado por respiradores.
Ainda segundo Dauster, Cleber Isaac, teria recebido cerca de R$ 1,6 milhão nesse processo de intermediação com a Hempcare para a compra dos respiradores. Dauster e Taddeo, inclusive, relataram a mesma situação para a PF.
Cléber Isaac disse de imediato que ele foi quem havia avisado a primeira-dama do governo do Estado da Bahia [Aline Peixoto, esposa de Rui Costa] que nosso grupo poderia realizar a importação dos respiradores. (...) Como Cléber Isaac e Fernando Galante eram ponte entre o grupo e o governo do estado da Bahia, eles cobraram participação nos lucros do negócio", explicou Taddeo no acordo de delação premiada
O QUE DIZEM OS ENVOLVIDOS
O ex-governador e atual ministro da Casa Civil nega as acusações. De acordo com ele, como sobredito, foi na sua gestão que as investigações do caso começaram.
Após a não entrega dos respiradores, o então governador Rui Costa determinou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia abrisse uma investigação contra os autores do desvio dos recursos destinados à compra dos equipamentos. Os mesmos foram presos pela Polícia Civil por ordem da Justiça baiana semanas após uma denúncia", disse Rui Costa em nota enviada pela assessoria.
Rui Costa ainda esclareceu eu não houve negociação com prepostos ou intermediários no caso. "O ex-governador nunca tratou com nenhum preposto ou intermediário sobre a questão das compras deste e de qualquer outro equipamento de saúde. Durante a pandemia, as compras realizadas por estados e municípios no Brasil e no mundo inteiro foram feitas com pagamento antecipado. era a condição vigente naquele momento. O ex-governador Rui Costa deseja que a investigação prossiga e que os responsáveis pelo desvio do dinheiro público sejam devidamente punidos e haja determinação judicial para ressarcimento do erário público", explica o documento.
Além disso, o ex-governador nega o envolvimento da ex-primeira-dama Aline Peixoto. "A afirmação é corroborada pelo reconhecimento do Ministério Público Federal e do Judiciário, através do STJ, da inexistência de qualquer indício ou participação do então governador Rui Costa ou sua esposa nos fatos apurados nesta investigação", diz a nota.
Já a defesa de Cléber Isaac não quis comentar o mérito do caso e negou envolvimento de Isaac em toda essa situação. "A defesa do sr. Cléber Isaac nega peremptoriamente as acusações e afirmou que se resguarda o direito de se manifestar exclusivamente perante as autoridades competentes, ressaltando que a apuração tramita em sigilo", disse os advogados.