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Tentativa de Exclusão: Escola de Feira de Santana é acusada de LGBTQIA+fobia no Dia das Mães

Por Joab Vitorino / Portal Bereu News

As mães de uma garotinha de quatro anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) acusam a Escola Asas de Papel, uma instituição de ensino particular em Feira de Santana, de discriminação contra famílias LGBTQIA+. A influenciadora e jornalista Lorena Coutinho levantou a questão em suas redes sociais, expondo a tentativa da escola de impedir a participação de Mariana Leonesi e sua esposa, Larissa Porto, na celebração do Dia das Mães organizada pela escola.

O casal detalhou o ocorrido, que aconteceu na última sexta-feira (3), quando a escola teria enviado uma mensagem privada informando que, por se tratar de um "ambiente educacional", apenas uma representante da família poderia comparecer ao evento.

A mensagem dizia: "Estamos preparando este momento com todo carinho que a mãe ou representante merece, porém, considerando se tratar de um ambiente educacional, onde a construção e o cumprimento de regras incluem ética e respeito ao direito do outro, enviamos um comunicado anterior enfatizando que cada família terá direito a apenas um representante".

Diante dessa imposição, Mariana e Larissa se recusaram a escolher apenas uma delas para participar da celebração do Dia das Mães.

Elas explicaram: "Nós nos posicionamos contra isso. Somos duas mães, não faz sentido apenas uma de nós ir, e não podemos ser substituídas por avós ou tias, porque não somos avós ou tias, somos mães. Ambas queríamos ser homenageadas, mas além disso, nossa filha Marina não entenderia por que uma de nós faltaria".

Após a repercussão nas redes sociais, a escola se pronunciou, alegando que sua intenção era "garantir o respeito ao senso coletivo e à igualdade", mas diante da "ameaça de exposição pública", decidiu permitir a participação do casal.

A escola declarou: "Nosso objetivo sempre foi deixar claro o respeito ao senso coletivo em termos de igualdade. Ficamos surpresos com a ameaça de exposição pública por exercermos o direito institucional de sermos justos e criteriosos com todas as mães, mesmo aquelas que têm avós ou tias como apoio materno, que nem sequer cogitaram violar o acordo".

No entanto, Mariana e Larissa relataram que foram "hostilizadas" durante o evento, com a diretora da escola na porta avaliando sua presença.

Elas disseram: "A diretora da escola fez questão de nos observar com ódio, como se disséssemos 'vocês estão vindo estragar esse momento, não são bem-vindas'. E Marina sentiu isso, ficou insegura e nem quis ficar lá".

Mariana e Larissa afirmam que essa situação não é um incidente isolado e que enfrentam resistência em outras ocasiões, como no Dia dos Pais. A homenagem ocorreu no sábado seguinte (4), com a presença das duas mães.

Elas compartilharam: "Queríamos compartilhar que a direção não nos fala há um tempo! Os olhares são de raiva, todos os dias nos sentimos expulsas, é muito triste! No Dia das Mães, sofremos muito, não foi fácil ir à escola e as diretoras nos receberem ignorando-nos e olhando-nos como se fôssemos monstros. Hoje, nossa relação é apenas com algumas professoras, funcionários, mães e algumas monitoras! Marina adora a turma dela, criou laços e é por isso que é difícil tirá-la de lá. Mas, imaginem se saíssemos sempre que encontrássemos esse tipo de preconceito?! Nossa luta com a escola já tem alguns anos, eles se recusam a fornecer a mediação exclusiva solicitada em um laudo médico, que é um direito da criança com autismo, garantido por lei. Hoje nos sentimos intrusas, mas tentamos resistir pelo amor e responsabilidade com nossa filha. Não nos calarão, a luta continua!"


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