O norovírus costuma circular mais entre os meses de maio e abril causando diarreia, vômito e febre alta
“A virose vem e derruba de verdade. Na madrugada, minha filha começou a vomitar, ter diarreia, uma febrezinha e dor na barriga. Desde então não parou mais”, conta a auxiliar de serviços gerais Carmen Oliveira. A história de Carmen é um exemplo de vítima da virose causada pelo norovírus, que tem preocupado a população. Conforme nota divulgada, ontem, pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS): não há surto da doença nem motivo para alarde.
“Os números observados nas unidades de urgência da rede não sustentam a informação (de surto em Salvador)”, informa o órgão por meio de nota.
O vírus que é transmitido por meio da água e alimentos contaminados ou através do contato com pessoas infectadas, tem como sintomas principais diarreia e vômitos, além de febre alta. O norovírus costuma circular mais entre os meses de maio e abril.
Os casos na cidade são esperados pela natureza do vírus, conforme a infectologista da SMS, Adielma Nizarala. “Os norovírus acontecem todo outono/inverno. Então, na verdade, a gente não tem um quantitativo aumentado que signifique um surto nesse momento. O que a gente tem é o quantitativo normal para a época de outono/inverno, em que esses vírus, tanto respiratórios, quanto os que têm preferência pelo sistema gastrointestinal, se multiplicam um pouco mais”, explica.
Sintomas
A técnica de enfermagem Cláudia Santana viu os filhos serem contaminados pela doença no intervalo de um dia – primeiro o filho e depois a filha. Na tarde de ontem, preocupada ela levou a filha para a UPA dos Barris – o filho foi atendido no dia anterior.
“Ela está com vômito, diarreia e dor no abdômen. Começou de madrugada e já pela manhã ela não conseguia comer nada, só vomitando. Esperei um pouco pra ver como ela reagiria, mas como foi piorando trouxe ela pra cá (UPA)”, conta.
Cláudia torce para não pegar a doença por conta dos filhos. “Se eu pegar é complicado, né? Sou um suporte, tenho que cuidar de todo mundo”, afirma a técnica de enfermagem.
Higienização das mãos e uso de máscaras são medidas simples que podem colaborar com a prevenção da doença, ainda segundo informações da SMS.
Não há dados sobre a enfermidade na cidade, porque o norovírus não é de notificação compulsória, ou seja, não há obrigatoriedade de comunicação da autoridade de saúde sobre ocorrência de suspeita ou confirmação da doença.
A infectologista da SMS apresenta orientações para recuperação. “É recomendado o repouso e a ingestão de bastante líquido para evitar a desidratação. Também podem ser utilizados medicamentos para aliviar as dores, prescritos por profissional de saúde. A higiene, especialmente com a lavagem de mãos e manipulação de alimentos é fundamental para evitar casos da doença”.