Resgate de brasileira que caiu em trilha de vulcão é interrompido de novo: 'Lento e sem planejamento'


Juliana Marins caiu há três dias e não há mais confirmação sobre estado de saúde da jovem

Três dias após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, segue sem resgate. A família relatou nas redes sociais que as buscas foram novamente interrompidas nesta segunda-feira (23) por causa do mau tempo. Segundo os relatos, não há qualquer informação confirmada sobre o estado de saúde da jovem, natural de Niterói (RJ).

“Às 16h do horário local [5h em Brasília], o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite”, informou Mariana Marins, irmã de Juliana, em um perfil criado para informar sobre o resgate. "Aparentemente é padrão nessa época do ano que o clima se comporte dessa forma, eles têm ciência disso e não agilizam o processo de resgate! Lento, sem planejamento, competência e estrutura!”.

De acordo com os familiares, Juliana estaria cerca de 600 metros abaixo da trilha, em um desfiladeiro. Até o momento, os socorristas teriam avançado apenas 250 metros no terreno. “Faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência!”, diz a publicação.

Os parentes também criticam a condução das operações e a postura das autoridades locais. “O parque segue com a sua atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha, enquanto Juliana está precisando de socorro! Nós não sabemos o estado de saúde dela! Ela segue sem água, comida e agasalhos! Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”.


Desencontro de informações

Mariana negou informações divulgadas por autoridades indonésias e pela própria Embaixada do Brasil em Jacarta, que afirmaram que a jovem teria recebido mantimentos. “Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até ela, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade.”

Mariana também denunciou que vídeos divulgados como sendo do momento do resgate teriam sido manipulados. “Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive o do resgate chegando nela. O vídeo foi forjado para parecer isso, junto com essa mensagem associada a ele”, afirmou.

A queda aconteceu na madrugada de sábado (21), no horário local. Juliana foi localizada horas depois, por volta das 17h30, com a ajuda de um drone operado por turistas que passavam pela trilha. As imagens do drone, segundo a família, são reais e mostram a jovem caída.

De acordo com Mariana, Juliana fazia a trilha com um grupo de cinco pessoas e um guia local. O acidente teria ocorrido no segundo dia da caminhada, após a brasileira relatar cansaço. “O guia falou: 'então descansa' e seguiu viagem. A gente tinha recebido a informação que o guia tinha ficado com ela, que ela tinha tropeçado e caído. Não foi isso que aconteceu. O guia só seguiu viagem para chegar até o cume. Juliana ficou desesperada porque ninguém mais voltou e caiu. Abandonaram Juliana”, contou.

Juliana Marins é formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e atua como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, fazia um mochilão pela Ásia e já havia passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

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