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| Por Joab Vitorino - Bereu News |
Como jornalista e radialista do Bereu News, eu, Joab Vitorino, decidi dar continuidade ao projeto de uma Conferência sobre Prevenção ao Suicídio após identificar, em minhas reportagens e interações com a comunidade, situações de sofrimento silencioso que clamam por atenção. Movido por esses casos, busquei estudar, fazer cursos e entrei em contato com o Centro de Valorização da Vida (CVV) para orientação. Com cerca de 14 mil suicídios registrados anualmente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, e sendo a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), percebi que informar e promover o diálogo é urgente. Esta matéria reflete minha jornada de aprendizado sobre como identificar pessoas com pensamentos suicidas e a melhor forma de abordá-las, reforçando o compromisso com a prevenção.
Por meio de cursos e materiais educativos, aprendi que os sinais de pensamentos suicidas podem ser sutis, mas são perceptíveis com atenção. Mudanças no comportamento, como isolamento, perda de interesse em atividades antes apreciadas ou comentários como “queria sumir” ou “não aguento mais”, são alertas importantes. Outros indícios incluem alterações no sono, apetite, cansaço excessivo ou atitudes que parecem despedidas, como organizar pertences. “O comportamento pode ser um pedido silencioso de ajuda”, destaca um material do CVV que estudei.
Foi ao cobrir histórias e ouvir relatos de pessoas próximas que notei padrões de sofrimento, o que me motivou a organizar a conferência. A OMS recomenda que jornalistas abordem o suicídio de forma responsável, e isso reforçou minha decisão de usar o Bereu News e a conferência como ferramentas de conscientização.
Em contato com o CVV e em meus estudos, aprendi que a abordagem deve ser feita com empatia. “Não é preciso ser especialista. Perguntas simples, como ‘Você está bem?’ ou ‘Quer conversar?’, podem abrir espaço para o diálogo. Ouça sem julgar”, orienta um dos voluntários do CVV com quem conversei. Evitar frases que minimizem o sofrimento, como “isso é só uma fase” ou “você tem tudo para ser feliz”, é essencial, pois elas podem afastar a pessoa. Oferecer apoio prático, como perguntar “Como posso te ajudar?” ou sugerir ajuda profissional com cuidado, é mais eficaz.
Essas lições moldaram a proposta da conferência, que busca ensinar à comunidade como acolher e apoiar. “Muitas histórias que cobri mostravam pessoas que se sentiam sozinhas. A conferência é uma forma de capacitar todos a fazer a diferença”, afirma Joab Vitorino.
Minha troca com o CVV, que oferece apoio emocional gratuito pelo telefone 188, 24 horas por dia, foi esclarecedora. Um voluntário explicou: “Ouvimos sem julgamentos, e isso pode aliviar o peso de quem está em crise.” O 188 também orienta quem deseja ajudar alguém em risco. A conferência planeja trazer representantes do CVV para compartilhar essas práticas com a comunidade.
Campanhas como o Setembro Amarelo, que inspiram a conferência, mostram o poder da mobilização coletiva. Meus estudos reforçaram que quebrar o tabu e informar são passos fundamentais para a prevenção. A conferência busca replicar esse impacto, reunindo especialistas, voluntários e a comunidade para discutir saúde mental e estratégias de prevenção.
Por Que Continuar a Conferência?
Identificar situações de sofrimento em reportagens e ouvir relatos de pessoas que perderam entes queridos para o suicídio me mostrou que o silêncio é o maior obstáculo. Meus cursos e o contato com o CVV me ensinaram que uma cobertura jornalística responsável, como recomenda a OMS, pode reduzir o estigma e incentivar a busca por ajuda. “Vi que não basta noticiar; é preciso agir. A conferência é minha forma de contribuir para que menos pessoas se sintam sozinhas”, reflete Joab Vitorino.
Se você ou alguém que conhece está enfrentando pensamentos suicidas, ligue para o 188 ou procure um profissional de saúde mental. O Bereu News e a Conferência sobre Prevenção ao Suicídio reforçam o compromisso com a vida. Juntos, podemos mostrar que há esperança.
Para mais informações, acesse cvv.org.br ou procure o serviço de saúde mais próximo.
