Por Joab Vitorino - Bereu News |
A ansiedade não escolhe gênero. Ela atinge a todos, mas quando o assunto envolve os homens, ainda existe um peso extra: o silêncio.
Na nossa sociedade, é comum ouvir que a mulher é mais frágil e, por isso, recebe maior acolhimento quando sofre com crises emocionais. Já o homem é cobrado a ser “forte”, “de ferro” e incapaz de fraquejar. Essa visão, que parece culturalmente normalizada, tem feito com que muitos carreguem suas dores calados, sem pedir ajuda, com medo do julgamento.
Especialistas apontam que, por trás da aparência firme, estão homens que enfrentam a mesma ansiedade, as mesmas inseguranças e os mesmos medos que qualquer pessoa. Porém, a pressão para não demonstrar fragilidade os leva ao isolamento — e, muitas vezes, a quadros ainda mais graves.
As estatísticas confirmam essa realidade: os índices de suicídio entre homens são significativamente maiores que os das mulheres, justamente porque eles se calam, deixam de buscar apoio e, em muitos casos, sofrem sozinhos.
Enquanto isso, as mulheres encontram espaços mais abertos para compartilhar suas dores e recebem mais compreensão da sociedade. Essa diferença escancara uma verdade dolorosa: o homem não sofre menos, apenas se cala mais.
É urgente repensar esses padrões. Homens também choram, também sentem medo e também precisam ser acolhidos. Falar sobre o tema, ouvir sem julgamento e abrir espaços de diálogo pode salvar vidas.
No fim, a saúde mental não tem gênero: todos merecem cuidado, escuta e respeito.