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| Por Joab Vitorino - Bereu News / Foto; Montagem Bereu News |
O processo conhecido como “Golpe do Pix”, que envolve 12 réus — entre eles os jornalistas Marcelo Castro* e Jamerson Oliveira — sofreu um novo atraso e só deve voltar a tramitar na Justiça baiana em maio de 2026.
A audiência marcada para esta terça-feira (18), em Salvador, foi adiada por falta de auditório disponível no Fórum Criminal de Sussuarana.
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A mudança amplia para mais de um ano o intervalo entre as sessões, já que a última ocorreu em março de 2025.
Por que foi adiada
De acordo com documentos anexados aos autos, o auditório reservado para a audiência está sendo utilizado pelo Projeto TJBA Mais Júri, que movimenta a agenda do Tribunal durante o Mês Nacional do Júri.
O juiz responsável, Waldir Viana Ribeiro Junior, tentou reverter a reserva do espaço, mas a presidente do TJ-BA, desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, negou o pedido.
Na decisão, ela afirmou que a alteração seria operacionalmente inviável, considerando fatores como:
- planejamento de segurança;
- transporte e escolta de réus;
- estrutura técnica;
- mobilização de servidores;
- necessidade de novas intimações.
Com isso, o magistrado precisou remarcar o procedimento para 2026.
Novas datas da audiência
O processo foi reestruturado em duas etapas:
- 🗓️ 6 de maio de 2026, às 8h30 – depoimentos das testemunhas de acusação e defesa;
- 🗓️ 7 de maio de 2026, às 8h30 – interrogatório dos 12 réus, incluindo os jornalistas apontados pelo MP como líderes do esquema.
O juiz não respondeu às tentativas de contato até o fechamento desta matéria.
Como funcionava o “Golpe do Pix”
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) acusa o grupo de desviar doações enviadas por telespectadores durante reportagens exibidas na Record Bahia.
As vítimas eram pessoas em situação de vulnerabilidade que buscavam ajuda para tratamentos médicos, dificuldades financeiras e outras necessidades.
Segundo a denúncia:
- o repórter Marcelo Castro apresentava as histórias e divulgava uma chave Pix durante a transmissão;
- a chave não era da vítima, mas de contas usadas pelo grupo;
- o editor-chefe Jamerson Oliveira autorizava a exibição do PIX na tela;
- Lucas Costa Santos recrutava participantes e coordenava o uso das contas.
O MP aponta que o grupo arrecadou R$ 543.089,66 e repassou às vítimas apenas 25% do total. Cerca de R$ 407 mil teriam sido desviados.
Um dos casos que gerou maior repercussão foi o de uma criança com tumores, cuja reportagem levou o público a doar mais de R$ 109 mil — dos quais grande parte não chegou à família.
Como o caso veio à tona
O esquema começou a ruir quando um jogador de futebol percebeu que a chave Pix divulgada na TV era diferente da que a família utilizava. Ele alertou a emissora, que abriu investigação interna, identificou outros casos e levou o caso à Polícia Civil.
Os envolvidos foram afastados e posteriormente denunciados.
O que dizem os réus
Marcelo Castro e Jamerson Oliveira não se manifestaram publicamente.
A defesa, representada pelo advogado Marcus Rodrigues, afirma acreditar na absolvição dos jornalistas e sustenta que os elementos apresentados pelo MP precisam ser reavaliados durante o processo judicial.
