A Polícia Federal realizou, na manhã desta quarta-feira (3/12), a Operação Blue Hope, uma ação que busca esclarecer a possível disseminação de um agente patogênico que ameaça a Ararinha-Azul, espécie símbolo da Caatinga e considerada criticamente ameaçada de extinção.
As investigações apontam que empresas e pessoas ligadas ao programa de reintrodução da espécie, em Curaçá (BA), teriam descumprido protocolos sanitários obrigatórios, permitindo a circulação do circovírus aviário (PBFD) — uma doença altamente contagiosa, sem tratamento e capaz de comprometer a sobrevivência da espécie, além de colocar outras aves da região em risco.
Segundo a PF, também foram constatadas tentativas de resistência às medidas emergenciais determinadas pelo ICMBio, como isolamento sanitário, testagens seriadas e o recolhimento de aves de vida livre que apresentavam risco de contaminação.
Ao todo, 30 policiais federais foram mobilizados para cumprir cinco mandados de busca e apreensão em endereços nos municípios de Curaçá (BA) e Brasília (DF). As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Federal da Subseção Judiciária de Juazeiro (BA).
Entre os materiais apreendidos estão aves e dispositivos eletrônicos que podem auxiliar na investigação.
Os envolvidos poderão responder por crimes como disseminação de doença capaz de causar dano à fauna, morte de animais silvestres e obstrução de fiscalização ambiental. As penas somadas podem chegar a oito anos de reclusão, além de sanções administrativas.
A PF destacou que a operação reforça o compromisso da instituição com a proteção da biodiversidade brasileira e o cumprimento das normas ambientais que garantem a preservação de espécies ameaçadas.
