O programa Adimario Reis especial do dia dos vaqueiros entrevista Dona Ana do requeijão,uma sertaneja.
Nasci em baixa grande,sua família é de Riachão do Jacuípe,se criou em Nova Fátima,que era município de Riachão e hoje é uma bela Cidade.
- O que a Senhora já fez a muitos tempos atrás,sabemos que é muito batalhadora.
Estudei muito pouco na infância,quando adolescente,minha mãe me colocou pra costureira,bordar e pintar. Depois a família, trabalho com o marido para criar os 7 filhos. Quando cheguei aqui a 4 anos e meio atrás,presenciei a Sra fazendo aí uma belíssima cavalgada no 2 de julho.
- Como começou esse paixão,pelo cavalo,pelo gado?
Isso já vem de tradição,de meu pai. Quando nasci, não seu tempo de nascer em casa,minha mãe foi catar café, lá eu nasci e já vim de cavalo. E por aí meu pai sempre me ensinou a montar,na seca ia dar água,com meu pai no Rio de Jacuipe,no são José. Já tinha meu animal,ia pra todo o canto,minha mãe dizia que era um moleque macho,era só pegar na crina,pulava em cima do cavalo.
O momento mais triste foi quando recebi a notícia de que poderia mas montar a cavalo,fiquei triste,o médico me perguntou o que foi,e lhe disse que acabara de tirar um doce de uma criança,com aquela informação.
A senhora que é do sertão,já presenciou o sofrimento de um vaqueiro?
- Muito,meu pai,meus tios,meus primos,meu irmão, é muita tristeza.
Fazia giral com meu pai,pra colocar a vaca, descascar,cambira pra passar no fogo,tudo isso,tirar mandacaru,palma,e ir longe, dá água ao gado. No caminho não tinha água,meu pai procurava um umbuzeiro novo,o lado ele já sabia onde tinha a raiz,ele tirava a raiz do umbú,cavava um pouco, e esprimia no caneco,pra beber.
Muitas pessoas mais nova não sabem o que é o giral,gostaria de que explicasse!
- O gira se coloca 4 pau,4 vara, forquilha,depois bota,em cada forquilha coloca um pau,daí coloca o animal e mais um pai de suporte para que o animal não venha a cair, porque se cair, não levanta mais,aí vai dando água e ração.
Uma mensagem para as pessoas!
- Peço a Deus que der forças a todos os vaqueiros,e Amazonas,e que não esqueça essa profissão,até o dia que Deus quiser.
Façam festa bonita,que Dona Ana tá aqui pra ir lá, mesmo com o coração apertado,me sinto honrada em ver,os meninos montar em seus cavalos. Domingo emprestei minhas bandeiras,pra festa,elas são minha relíquias,e quando morrer,vai em cima do caixão,tenho meus troféus,sou uma pessoa Feliz graças a Deus.
Ana do Requeijão,Dalice e Lurdes do Baldez.
Toda vez que participo de cavalgada,eu sinto algo que nem sei explicar,uma emoção,alegria de ter contato com cavalo e natureza é muito bom viver em roça por causa da origem,aqui as cavalgadas são atravessando pista e a da roça é muito boa,se eu pudesse só vivia montada em cavalo.Desde pequena eu lido com cavalo e gado junto com os meus tios e meu pai,já presenciei muito sofrimento devido a seca inclusive saímos da cidade por isso,não deixe essa cultura morrer.
Entrevista com Dalice:
Nós que gostamos do animal não maltratamos,nós o amamos,já foi reconhecido o vaqueiro como profissão,porém alguns praticam por que gosta,outros para garantir o sustento,se você é vaqueiro não desista porque quem gosta gosta,tem pessoas que acha estranho mulher na montaria,mas gostamos muito.
Para representar a vaquejada em Santa Luz-Ba à entrevista foi com o amigo Vivaldo aboiador no Parque Santa Luzia.
A representatividade da vaquejada estava para chegar ao fim,com a proibição da cultura por suposição de maus tratos a bois e cavalos,sendo assim a solução foi dar uma pausa nos eventos que o envolve,mesmo muitos sendo bem mais tratados que alguns seres humanos.A cultura do nordeste está perdendo o valor principalmente na profissão de vaqueiro.
Ao longo de sua trajetória,o aboiador já obteve muita experiência,cantando suas toadas e encantando muitas vidas,o seu sonho vai ser realizado com um cd bem gravado.
Contato para Show: (75) 9 9235-0836
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C.do Jacuípe
