Antes de ser orientado pelo clube a não conceder entrevistas, resumiu rapidamente o sentimento.
Mário Jorge está vivo, mas parte dele se foi com os dez jovens que morreram no incêndio no Ninho do Urubu, na manhã de sexta-feira. Ele é técnico da equipe sub-15, justamente a faixa etária das vítimas. Neste domingo, esteve cercado de familiares e amigos, preocupados em consolá-lo, mas também ansiosos por celebrar a vida. Em meio ao luto, Mário Jorge completa 41 anos.
O treinador ficou sabendo do ocorrido na manhã de sexta-feira. Dois dias depois, ele está longe de digerir a perda dos meninos. Antes de ser orientado pelo clube a não conceder entrevistas, resumiu rapidamente o sentimento.

- Foram meninos que conviviam comigo há três anos. Tem muitas pessoas aqui comigo, familiares, amigos. Mas este é o pior aniversário da minha vida. Não tenho motivos para sorrir, para comemorar. Estou muito triste.
A tragédia bate firme sobre Mário Jorge logo quando vivia grande momento na carreira. Depois de um ano como técnico sub-15 do Vasco, ele foi contratado pelo Flamengo em 2016. Ano passado, foi campeão estadual da categoria, sobre o Fluminense. Na semifinal, eles eliminaram o Botafogo. Na conversa no vestiário depois da classificação, deu os parabéns abraçado pelo goleiro Christian Esmério, um dos dez jogadores mortos no incêndio.
Com os meninos mais antigos no clube, o treinador convivia desde 2016, quando chegou ao Rubro-negro. Era como um pai para muitos deles, especialmente os que vieram de outros estados, que encontravam no treinador a figura paterna que haviam deixado na cidade natal. Para amigos próximos, desabafou logo depois da tragédia consumada:
- Nessa história toda, eu perdi dez filhos.
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