Em vídeo divulgado na quarta-feira, o ministro Abraham Weintraub (Educação) disse estar “recebendo no MEC cartas e mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns professores, funcionários públicos, estão coagindo os alunos ou falando que eles serão punidos de alguma forma, caso eles não participem das manifestações. Isso é ilegal, isso não pode acontecer.” Decorridos quatro dias, não há vestígio de prova nem sinal de providência adotada contra a suposta ilegalidade praticada pelos hipotéticos coatores.
No dia seguinte, quinta-feira, a rapaziada ganhou o asfalto. E Weintraub mandou sua assessoria enviar nota aos jornalistas para informar o seguinte: “Até o momento, a Ouvidoria do ministério já contabiliza 41 reclamações no órgão, além de diversas interações realizadas via Facebook do MEC e pelo Twitter do ministro Abraham Weintraub”.

Passados três dias, as alegadas reclamações não vieram à luz. Nenhum coator foi repreendido ou levado aos tribunais. De duas, uma: Ou a coação de alunos é assombração que só existe na cabeça do ministro ou o chefe do MEC ignora as provas de algo que tachou de “ilegal”. Na primeira hipótese, Weintraub é mentiroso e não merece permanecer no cargo.
Na segunda alternativa, o personagem comete o crime de prevaricação. Consiste em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício”. Neste caso, Weintraub precisa trocar a poltrona de ministro pelo banco dos réus, pois prevaricar é delinquência que o Código Penal Brasileiro pune com prisão —de três meses a um ano.
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