Aposto que está na ponta da sua língua: lavar bem as mãos e passar álcool em gel sempre que possível. São medidas que, nos últimos dias, são entoadas aos quatro cantos do mundo para combater a disseminação do coronavírus, uma pandemia internacional. Talvez você não saiba, mas tem muita gente que não têm esses "privilégios". Sim, devem ser chamados assim e vou provar isso nas próximas linhas.
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E não sou eu quem está falando isso. Vamos aos fatos friamente calculados? Primeiro: estamos no verão, data em que, historicamente, a água fica mais escassa. As campanhas da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) que o digam. Na semana passada, por exemplo, pouco mais de 90 bairros ficaram sem água por pelo menos 24 horas. A regularização saiu em mais 48 horas e não afetou quem tinha reservatório em tanque.
Mas e aí? Recebemos, nessa semana, várias reclamações de moradores que estão sem água na torneira em Salvador. Fazenda Coutos, Boa vista de São Caetano e Vale dos Lagos são bons exemplos. Privilégio número 1.
Depois desse importante problema vamos para o financeiro. E quem não tem dinheiro para comprar álcool em gel? Nesta segunda (16/3), a Diretoria de Ações de Proteção e Defesa do Consumidor (Codecon) disse estar combatendo farmácias e outos estabelecimentos que estejam aumentando o preço do álcool, máscaras e outros produtos de higiene pessoal. Quanto cada pessoa dentro de uma casa vai gastar com isso?
Vivemos em um país com mais de 13 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Na prática, isso quer dizer que sequer elas têm dinheiro para comprar comida. São perguntas que queríamos resolver, mas aqui, em tempos de coronavírus, a ideia é só alertar.
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