Jovem denuncia padrasto pelo homicídio do irmão adolescente em Santo Antônio de Jesus

Uma jovem de 23 anos usou as redes sociais na noite da sexta-feira (13/11) para denunciar o padrasto, que não teve a identidade divulgada em cumprimento a Lei de Abuso de Autoridade, pelo homicídio do irmão, Pedro Henrique de Jesus, de 16 anos. O crime aconteceu na terça-feira (10/11) em Santo Antônio de Jesus, a 193 km de Salvador.

Na gravação, Amora Amorim relatou que tudo começou após o marido da mãe sair e deixa a filha de 3 anos, que é irmã dos jovens, aos cuidados de Pedro, na casa de uma vizinha. Em determinado momento, o adolescente também precisou deixar o imóvel para comparecer a um culto religioso e pediu à vizinha que cuidasse da criança. Entretanto, a mãe deles se desagradou com a situação por não manter diálogo com a mulher. 

"Ele [suspeito] não contou que antes disso [do crime], mais cedo ele também estava lá [na casa da vizinha]. Foi ele quem já tinha deixado a minha irmã de três anos lá. Porque estava todo mundo lá junto, comendo, bebendo. Mas ele preferiu contar para minha mãe a versão da qual meu irmão 'sairia de errado' que tinha deixado a menina na casa dos vizinhos" explica a estudante de pedagogia.

Houve troca de mensagens hostis entre os membros da família e foi acordado que o suspeito voltasse para casa e buscasse a vítima. No imovel, o esposo da mãe da denunciante trocou ofensas verbais com o enteado e decidiu sair novamente com o veículo. Neste momento, Pedro foi atrás do homem, muito abalado com o que ouviu, e acabou chutando o automóvel.

"Ele [o padrasto] desceu do carro e como ele sempre foi muito grande deu um tapa no meu irmão tão forte que Pedro caiu desorientado. Enquanto meu irmão estava tentando se levantar, o assassino sacou uma arma e deu um tiro a queima roupa nele." narra Amorim.

A irmã mais velha de Pedro Henrique, Flávia, 26 anos, presenciou a cena. Após ver o garoto ferido, a mulher se colocou na frente dele e pediu para que o suspeito não atirasse novamente. O algoz ameaçou a enteada e fugiu em seguida. A vítima chegou a ser socorrida mas não resistiu ao ferimento. A publicação já conta com quase 12 mil visualizações e a hashtag justiça por Pedro Henrique foi levantada. 

Ao Aratu On, Amora contou ainda que durante os 11 anos em que a mãe esteve casada com o suspeito o relacionamento foi marcado pelo comportamento violento e abusivo dele. Em certa ocasião, a própria denunciante foi ameaçada com uma arma pelo suspeito ao defender a mãe de uma agressão. além disso, o homem  já responde pela incidência de crime Maria da Penha no núcleo da mulher. A jovem questiona também a origem da pistola 9 milímetros usada pelo suspeito, que não possuía  a permissão para adquirir uma arma de fogo.

Conforme a Polícia Militar, o menino foi alvejado durante uma discussão com o companheiro da mãe na casa onde a família vivia na localidade conhecida como via coletora, no bairro Nossa Senhora das Graças. Equipes lotadas no 14º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foram acionadas por meio do Centro integrado de Comunicação (Cicom) por volta das 20h.

Pedro Henrique chegou a ser socorrido por familiares para o Hospital Regional da Cidade. No local, o adolescente chegou a confirmar aos militares que o próprio padrasto havia atirado contra ele, acabou não resistindo ao ferimento na altura do estômago e morreu na unidade de saúde. A PM relata ainda que após realizar rondas a equipe policial não encontrou o suspeito e orientou familiares da vítima a registrar boletim de ocorrência na delegacia. Até a manhã deste sábado (14/11) o suspeito ainda não havia sido localizado.

Na quarta-feira (11), familiares e amigos fizeram uma manifestação no Urbis V para protestar contra o crime. Os participantes usaram cartazes e objetos queimados.

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