Em suas primeiras horas após chegar a Salvador, nesta quarta-feira (25/8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um encontro com lideranças do partido e de movimentos sociais na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Na ocasião, ele disse que nunca esteve tão disposto a se candidatar à presidência da República, e que vai usar o "tempo que tem de vida" para tentar consertar o país.
"Já fui candidato muitas vezes, mas nunca tive tanta vontade de ser candidato. [...] Eu estou levando muito a serio [a candidatura], estou me cuidando, estou disposto... Não podemos aceitar golpe. [...] A gente vai ganhar essas eleições e rever algumas coisas absurdas que eles [atual governo] estão fazendo", declarou Lula, antes de fazer um pedido: "se depender do povo baiano... se vocês quiserem que eu volte a ser presidente desse país, 'cuida' do 'veinho'".
O líder petista também falou sobre o momento em que esteve preso, dizendo que a história vai provar que a corrupção foi feita por quem o acusou. "Um ladrão faz delação. Um homem honesto briga em defesa de sua honra e dignidade", afirmou, revelando, ainda, que queria que "ficassem incomodados" com a sua prisão, que "vissem o que é prender um inocente quando tem milhões que apoiam ele".
BAHIA
"Eu tenho um profundo orgulho [da Bahia]. A Bahia significa muito pra mim. A primeira vez que falei da intenção de criar um 'partido dos trabalhadores', eu estava na Bahia. Em 15 de julho de 1978 fiz um comício sobre isso", lembrou o político, brincando que "com certeza" foi baiano em outra encarnação.
BOLSONARO
O evento reuniu o governador da Bahia, Rui Costa, o vice João Leão, os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, Lídice da Mata, Moema Gramacho e o ex-diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Na oportunidade, Lula não poupou críticas ao governo Bolsonaro.
"A ideia de que tudo da política não prestava resultou no Bolsonaro. O Brasil não merecia alguém tão ignorante, incivilizado, que não consegue fazer discurso de três minutos e é obrigado a fazer cinco ou seis fake news por dia. O culpado disso é o ódio contra Dilma, desde 2014. Tudo porque a gente gosta de pobre. [...] Esse país só vai ser justo quando o povo pobre não pedir favor pra comer, tiver trabalho, segurança e saúde decentes", afirmou.
"Acabaram com a CLT e nós ficamos quietos. Mexeram na aposentadoria e ficamos quietos. Enfiaram a mão na Petrobras e ficamos quietos... E agora na pandemia piorou [...]. Nós estamos voltando a ser algoritmos. Quando voltaremos a ser humanistas, ter sentimentos e estender a mão para o outro?", completou.
Ele também repercutiu a foto com a namorada, Janja, na qual foi elogiado pela perna torneada, e brincou: "Depois da minha fotografia da perna tem beijo pra todo mundo".
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