O valor representa 95% a mais do que a média verificada nos 11 meses anteriores
Deputados federais gastaram, em dezembro de 2020, cerca de R$ 26 milhões economizados na pandemia da Covid-19. No mesmo mês, o governo federal deixava de pagar a primeira leva do Auxílio Emergencial.
O valor, segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo, representa 95% a mais do que a média verificada nos 11 meses anteriores (R$ 13,4 milhões), um recorde. À época, o Congresso estava esvaziado, com apenas três semanas de trabalho formal, devido ao distanciamento social.
Mais da metade do total do dinheiro foi usado sob a justificativa de "divulgação da atividade parlamentar" e contratação de consultorias e pesquisas, conforme dados coletados e organizados pela Folha por meio do site de transparência da Câmara dos Deputados.
Ainda conforme a reportagem, a explosão dos gastos coincidiu com a chegada do prazo limite para o desembolso. Neste caso, todo o dinheiro reservado pela Câmara para a cota de 2020 que não fosse usado até 31 de dezembro voltaria para os cofres públicos.
O gasto nominal da cota em dezembro de 2020 foi o segundo maior da história da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, instituída em 2009, que tem o objetivo de reembolsar os parlamentares por gastos com passagens aéreas, alimentação, combustível, aluguel de escritório, propaganda (chamada de "divulgação do mandato"), consultoria, entre outros.
Os valores variam de R$ 30,8 mil a R$ 45,6 mil, a depender do estado. O dinheiro não usado acumula para os meses seguintes, até dezembro, prazo limite para o uso.
