O ex-juiz deixou de apresentar à Justiça Eleitoral comprovantes de gastos e doadores
Uma série de falhas e inconsistências na prestação de contas do senador eleito Sergio Moro (União Brasil) foram identificada pelo TRE do Paraná. Segundo o documento, o ex-juiz deixou de apresentar à Justiça Eleitoral comprovantes de gastos feitos e a identificação correta de doadores de campanha.
"Foram detectadas receitas sem a identificação do CPF/CNPJ nos extratos eletrônicos, impossibilitando a aferição da identidade dos doadores declarados nas contas e o cruzamento de informações com o sistema financeiro nacional, obstando a aferição da exata origem do recurso recebido, podendo caracterizar o recurso como de origem não identificada, devendo ser apresentada prova adicional da origem dos recursos", indica trecho do parecer.
A campanha de Moro arrecadou R$ 5,1 milhões, a maior porcentagem dos recursos são do fundo partidário. O maior gasto de campanha de Moro foi com um escritório de advocacia, que recebeu R$ 800 mil. O TRE-PR apontou problemas sobre a falta do comprovante de devolução de sobras de campanha à direção partidária. As contas de Moro demonstram que sobraram R$ 646, que não estão anexados nos extratos completos para verificação dos gastos pela equipe técnica da Justiça Eleitoral.
Por fim, o TRE-PR concluiu: "Foram detectadas divergências entre as informações relativas às despesas, constantes da prestação de contas final em exame e aquelas constantes da prestação de contas parcial, frustrando a execução tempestiva das medidas de controle concomitante, transparência e fiscalização, contrariando o que dispõe o art. 47, § 6º, da Resolução TSE nº 23.607/2019".
