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Em Salvador, padre Marcelo Rossi lança livro e fala de política, luto e depressão



"Durante 19 anos tratei pessoas com depressão e achava que era frescura, até que eu passei por isso", contou em entrevista exclusiva

Era para ser só mais uma manhã de quarta-feira, mas o dia 24 de maio ficará marcado na memória de muitos soteropolitanos que realizaram o sonho de conhecer o padre Marcelo Rossi. Ele passou o dia no Shopping Bela Vista, onde participou de um evento da turnê do lançamento dos livros Menos é mais e Batismo de Fogo, publicados pela Editora Planeta. Além de distribuir autógrafos, cantou ao lado de fãs e falou sobre assuntos como depressão, luto pela morte do pai e revelou em primeira mão que seu terceiro livro já está pronto para ser lançado.

A sessão de autógrafos foi acompanhada por mais de mil pessoas, entre elas, grávidas, idosos, crianças e diversas pessoas com necessidades especiais. Eles chegavam ao local em busca de um livro autografado, mas também pediam bênção e palavras de esperança. O religioso seguirá no centro de compras até as 22h, no piso L2 Sul, próximo à Livraria LDM, atendendo a todos os interessados em comprar os livros. Para conseguir uma senha e conhecer o padre, basta adquirir uma das duas obras ou ambas.

Batismo de fogo é o livro mais pessoal do líder católico, no qual ele narra em primeira pessoa suas histórias de superação pela fé, e Menos é Mais apresenta uma coletânea de pensamentos de sabedoria de vida. O lançamento contou com uma entrevista exclusiva. Confira: 


Padre, o livro Batismo de Fogo conta histórias de superação. Pode destacar alguma?

O empurrão. No dia 14 de julho de 2019 eu fui empurrado e foi um milagre eu ter sobrevivido. E não só isso, depois desse dia a minha saúde até melhorou.


Você teve depressão. Ser uma pessoa de fé fez diferença na forma de lidar com a doença? Que conselho dá para quem está vivendo esse mesmo momento?

Vou completar 29 anos de padre. Durante 19 anos eu tratei pessoas com depressão e achava que era frescura, até que eu passei por isso. E graças a Deus que eu passei, porque hoje eu sei que não é frescura. Precisa, sim, de oração, o que me salvou foi a oração, mas precisa também de ajuda médica, porque é algo muito sério, que Deus permite que passemos, mas que temos que enfrentar com oração e mudança de pensamentos. O livro Batismo de Fogo vai falar sobre isso e virá aí um novo. Vou até dar um spoiler. Na verdade, são três livros que já estão prontos: Batismo de Fogo, Menos é Mais e Amorização, que eu já terminei. Com a morte do meu pai eu posterguei um pouquinho o lançamento, fui assimilando, e acrescentei um capítulo, que vai salvar muitas pessoas. Num mundo de tanto ódio o amor cura.


Como foi esse seu processo de lidar com a morte do seu pai?

Ainda estou trabalhando isso, estou no luto. Vai completar ainda oito meses. O primeiro ano é muito difícil, a saudade aperta. Em vários momentos eu rezo, peço que meu pai interceda, peço ajuda para ter forças. Então, eu ainda estou vivendo o luto, que é uma ferida. Se cutucar uma ferida, é pior, mas você precisa tratá-la. E, tratando, ela cura.


Como vê essa politização da igreja?

Eu, particularmente, sou contra. Todo ser humano é político, mas eu, como sacerdote, com a influência que eu tenho, não posso me posicionar. A igreja é para todos. Quando eu assumo um partido, eu acabo dividindo, segregando.


Como está sua relação com a ala da igreja mais tradicional?

Nunca tive problema com ala nenhuma. A igreja católica apostólica romana tem uma coisa muito bela, que é a unidade e a diversidade aliadas. Não existe uniformidade, mas existe unidade. O Bento XVI me deu (em 2010) o Prêmio Van Thuan, como o Evangelizador do novo milênio. Quem coloca essas coisas de ala, é o mundo. Isso é coisa do mundo, a igreja não é assim, é unidade e diversidade. Eu sou da renovação carismática, mas tem padres que seguem a teologia em outra atuação, mas estamos unidos. Somos diversos, mas unidos.


Para finalizar, como surgiu essa brincadeira de fazer vídeo de costas?

Na verdade, eu estou treinando (risos). E, se eu ficar gravando de frente, parece que estou querendo aparecer. A pessoa que vai atrás de mim, me segue. Eu calço 47, brinco e digo para ter cuidado se eu virar de frente. Eu não quero aparecer, é porque acabaram pegando um vídeo meu e fizeram vários memes. Eu sou formado em Educação Física também, por isso tenho me dedicado às atividades. Nada como um empurrão (risos).

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