Estudantes da UEFS denunciam condições precárias de alimentação no RU; reitoria fecha acordo
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Foto: reprodução/ redes socias |
Depois de inúmeras reclamações internas sem solução, as redes sociais foram o meio encontrado pelos estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) para denunciar o que classificam como situação alarmante da alimentação no Bandejão.
Os alunos relatam que, por mais de uma vez, já ingeriram alimentos contaminados com moscas ou pedaços de plástico. Na ocasião, o perfil da Residência Universitária da UEFS alega ainda que muitos estudantes estão passando mal após as refeições.
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A ampliação do Restaurante Universitário também é uma das pautas reivindicadas. Diante do atraso nas obras, o atual espaço tem registrado grandes filas e demora no atendimento.
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Os estudantes iniciaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (09/5), buscando melhorias na alimentação disponibilizada no Restaurante Universitário (RU), e também na segurança da instituição.
Ainda na terça-feira, a reitoria da UEFS afirmou que a administração central busca respeitar os padrões higiênico-sanitários, afirmativa esta que os discentes discordam após diversos flagrantes.
"Além da alimentação tá precária somos olhados com maus olhos pelos funcionários da empresa prestadora. Que servem-nos como se fossemos animais. Ao invés de melhorar o atendimento do restaurante que já existe, eles estão abrindo um novo restaurante "o burguesão" cometendo uma espécie de apartheid entre os que podem e os que não podem pagar. Essa luta vem de muito tempo, e não se trata somente de mudar o cardápio, e sim de contratar empresas que estejam realmente preocupadas com nosso bem estar e segurança, tanto alimentar quanto física", explicou uma estudante.
O Portal Bereu News recebeu informações importantes à respeito da segurança dos residentes. Conforme explicação de estudantes, um segurança abordou uma aluna com uma arma no rosto, por que chegou na residência à noite.
"Temos o direito de transitar dentro e fora do campus, inclusive fora dos horários de expedientes, mas este direito não é respeitado. Por algumas vezes, este acesso acaba gerando situações de violência física e emocional aos estudantes quando precisam entrar", completou.
Após as tentativas de resolução, o corpo estudantil se manifestou cobrando respostas por parte da reitoria.
SOBRE O ACORDO
Uma reunião entre membros da gestão da Universidade Estadual de Feira de Santana e a comissão do movimento estudantil foi realizada na manhã desta quarta-feira (10), no qual foi apresentado a pauta de reivindicações que envolveu questões que versam sobre o funcionamento do Restaurante Universitário, bem como outras discussões acerca da prestação de serviço de segurança e suas logísticas.
Inicialmente, a reitora em exercício Amali Mussi, relatou aos estudantes quais medidas administrativas e jurídicas já estão sendo tomadas pela Universidade para resolver demandas que já são conhecidas pela administração. Após, os estudantes apresentaram suas considerações e entregaram um documento com os pontos específicos que motivaram a paralisação:
Pauta de reivindicação.
-Bandejão:
1- Retirada dos embutidos.
2-Medidas para conter a entrada de animais no R.U.
3-Propostas para organização da logística da fila.
4-Fiscalização da NAC diariamente no restaurante universitário nos finais de (semanas e feriados.).
5-Duas opções de proteína garantidas até o final do expediente.
6-Se servido algum alimento alergênico ou intolerante, que seja servido um alimento alternativo.
7- Garantia da alimentação dos residentes em períodos que o R.U não estiver em funcionamento.
8- Garantia de qualidade dos alimentos observando os seguintes aspectos: Não está deteriorado (acidulada), não está queimado, entre outros.
9- Qualidade do OVO.
10- Garantia da alimentação dos excedentes.
11- Qualidade dos serviços prestados.
12- Manutenção dos ar condicionados.
-Segurança:
1- Devolutiva dos relatórios dos procedimentos investigativos.
2- Construção de uma cartilha de ética para os vigilantes.
3- Garantia de um vigilante para a residência indígena integral. (Com a devida estrutura.).
4- Instalação de câmeras de monitoramento no pórtico e no portão do Feira VI e a manutenção da estrutura.
5 – Uma placa de instrução na entrada do pórtico
6 – Chave do cadeado do portão que dá acesso a residência tradicional, uma copia para cada residente. Substituição do portão.
7- Garantia de iluminação das adjacências das residências.
8- Manutenção da estrutura dos muros da universidade.
9- Interfone para comunicação de chegada visitantes.
OBS: Não há hierarquia dos pontos supracitados, há exigência de um prazo de retorno.
Ciente dos pontos apresentados e justificados pelos estudantes, foi deliberado em comum acordo que um cronograma de reuniões fosse construído em caráter de urgência para que, desta forma, sejam estabelecidos prazos, discussões, consultas jurídicas e que se dê pleno conhecimento ao movimento e sua comissão dos encaminhamentos posteriores.
A reitoria da universidade se comprometeu com a elaboração conjunta e cumprimento deste cronograma de discussões e ações, bem como dedicar visibilidade e celeridade na construção das soluções. No fim da manhã, a Universidade retomou suas atividades.
SOBRE OS ESTUDANTES
Ainda de acordo com informações, a vice reitora Amali Mussi se recusou a assinar o documento apresentado, alegando ilegitimidade pois o mesmo não teria validade.
"No entanto, queremos dizer que a informação não procede pois ela é vice reitora, e na ausência do reitor seus atos tem validade jurídica, dessa forma os estudantes sentem-se enganados pela postura da gestão", afirmou outro estudante.
A negociadora do acordo conjunto foi a professora e então vice reitora, Amali. Ela assumiu o compromisso de cumprir as pautas a partir da sua função ao cargo de reitora que ocorrerá no dia 20/05.
Após a reunião desta quarta-feira (10/5), os estudantes afirmam aguardar ansiosamente pelo cumprimento do acordo.
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