BEREU NEWS

Google privilegia conteúdos contrários ao PL das Fake News nos mecanismos de busca


Relatório do NetLab afirma que Big Techs agem contra PL por ameaçar “bilhões arrecadados com publicidade”

O Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da UFRJ (NetLab) divulgou, nesta segunda-feira (1º), um relatório que denuncia uma série de ações de plataformas digitais contra a PL das das Fake News, que deve ser votada nesta terça-feira (02). No site principal da Google, por exemplo, há um link direcionando o usuário para um site com críticas ao PL.

De acordo com a pesquisa, anúncios que criticam o projeto são privilegiados nos mecanismos de buscas e nos sites das empresas Google, Meta e Spotify. “Porém, de forma opaca e burlando seus próprios termos de uso. Isso pode configurar abuso de poder econômico às vésperas da votação do projeto de lei por tentar impactar a opinião pública e o voto dos parlamentares”, afirma o relatório.

Anúncios sem rótulo

Dentre as infrações de políticas das próprias plataformas cometidas para influenciar a votação no Congresso, o NetLab apontou que anúncios contra o PL não são sinalizados como “temas políticos e sociais” e não contam com informações de transparência na central de publicidade política da plataforma Google.

Propagandas da empresa em sites da Meta também não foram rotulados como anúncio sensível ou político, como devido, e por isso não estão disponíveis na biblioteca de anúncios da Meta.

O Spotify também estaria veiculando publicidade da Google sobre o tema. Mas, após reportagem da Folha, a plataforma teria informado a retirada da campanha publicitária por entender que ela viola as regras do aplicativo. Os termos de uso da plataforma não permitem publicidade de temas políticos, proibindo anúncios sobre referendos, votações e propostas legislativas, judiciais e políticas.

Conteúdos privilegiados

Um link que aparece na primeira página da Google também argumenta contra a proposta. “O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”, diz a frase logo abaixo da barra de pesquisa, que direciona para um post com críticas ao projeto. Links de fontes hiper partidárias também aparecem na primeira página de busca quando os usuários pesquisam por informações sobre o PL.

“As plataformas estão usando todos os recursos possíveis para impedir a aprovação do PL 2630 porque o que está em jogo são os bilhões arrecadados com publicidade digital que atualmente não possuem nenhuma regra, restrição ou obrigação de transparência, deixando anunciantes e consumidores vulneráveis aos seus interesses econômicos”, diz o relatório.

O relator da proposta de lei, Orlando Silva, criticou ofensivas das Big Techs contra o PL em um evento nesta segunda-feira (1º). Entre as medidas do projeto, é prevista a responsabilização de plataformas por notícias falsas que forem impulsionadas através de anúncio.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade 2

BEREU NEWS
BEREU NEWS