A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) emitiu uma nota técnica com recomendações para lidar com o crescente número de casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) entre a população pediátrica. A nota visa abordar medidas necessárias durante o período crítico de maior transmissibilidade das infecções respiratórias.
A SESAB dividiu as medidas recomendadas em três áreas principais: ampliação da cobertura vacinal, orientações para unidades de saúde e recomendações para a comunidade escolar e famílias. A secretaria destaca a importância de ampliar o acesso à vacinação contra Influenza e Pneumocócica 10 valente, especialmente para crianças em situação de vulnerabilidade social. Para isso, propõe a implementação de estratégias mais efetivas para descentralizar os pontos de aplicação das vacinas, levando-os para as áreas onde as pessoas residem, além de realizar busca ativa por não vacinados.
Em relação às unidades de saúde, a SESAB recomenda, entre outras medidas, que seja obrigatório o uso de máscaras de proteção para todos os pacientes acima de 2 anos com sintomas respiratórios, bem como para seus visitantes e/ou acompanhantes que desejam entrar nas dependências das unidades. Além disso, sugere a disponibilização de máscaras cirúrgicas para pacientes com sintomas respiratórios e a suspensão de visitas nas enfermarias e UTIs pediátricas, ressaltando que pais, mães ou responsáveis legais não são considerados visitantes.
Para a comunidade escolar e as famílias, a SESAB recomenda intensificar medidas como a higienização das mãos, evitar aglomerações, afastar crianças com sintomas respiratórios das escolas e creches até a melhora significativa dos sintomas gripais, impedir que crianças gripadas frequentem shoppings, templos religiosos e ambientes fechados propensos a aglomerações, além de monitorar a presença de sinais e sintomas gripais entre os trabalhadores da comunidade escolar, que devem ser afastados do ambiente escolar em caso de suspeita de Influenza e/ou Covid-19.
Panorama
Nas últimas semanas, tem sido observado um crescimento progressivo e sustentado nos casos de Síndrome Gripal (SG), Bronquiolite e SRAG, o que resultou em um aumento nas internações em leitos clínicos e de UTI Pediátrica por SRAG acima do esperado para este período. Contribuindo para esse aumento de internações estão a alta circulação de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Influenza B, bem como a baixa cobertura vacinal na população pediátrica, especialmente em relação às vacinas contra Influenza e Pneumocócica, que apresentam percentuais de cobertura muito abaixo do recomendado.
Aumento de leitos
A SESAB abriu 21 novos leitos de UTI Pediátrica em diferentes unidades de saúde desde março. O Hospital Martagão Gesteira (HMG), em Salvador, que é uma referência no atendimento pediátrico e atende mais de 80 mil pacientes por ano, recebeu 10 desses leitos. O Instituto Couto Maia (ICOM), em Salvador, o maior e mais moderno hospital especializado em doenças infectocontagiosas do Brasil, recebeu mais seis leitos de UTI Pediátrica. Já o Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), no Sudoeste do Estado, conta com cinco novos leitos de UTI Pediátrica, elevando o total para 15 leitos, dos quais 10 são reservados para casos de SRAG e cinco são destinados à UTI Pediátrica geral. Além disso, a SESAB ampliou o número de leitos clínicos no HMG, adicionando 18 leitos para atender crianças.
A SESAB também determinou que a UTI Pediátrica do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, passasse a receber apenas pacientes com sintomas de SRAG, por tempo indeterminado e por meio do Sistema de Regulação, a fim de operar de forma mais eficaz no atual cenário epidemiológico. No Hospital Geral de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, a emergência pediátrica recebeu reforço em seu efetivo, com a adição de três médicos pediatras, e agora oferece atendimento sob demanda espontânea.