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Surto de gripe lota hospitais e unidades de saúde em Salvador


Proliferação da doença causou a lotação e superlotação tanto na rede pública quanto na particular

Durante o fim de semana a Secretaria Municipal de Saúde já havia alertado sobre o risco de surto de gripe em Salvador. Nesta segunda-feira, 13, a proliferação da doença causou a lotação e superlotação de hospitais e unidades de saúde, tanto da rede pública quanto da rede particular.

A maioria dos pacientes apresentavam os mesmos sintomas gripais. Quem presenciou o alto número de gripados no Hospital da Bahia foi uma mulher, leitora do Portal, que precisou levar a mãe de 81 anos na emergência devido dores não relacionadas à gripe durante a manhã desta segunda. 

 

Mesmo sendo prioridade, foram mais de duas horas até o atendimento. "A emergência estava lotada, tinha muita gente gripada esperando atendimento. Chegamos por volta das 10h e saímos depois do meio dia", relatou.

Durante o período, pacientes da Unidade de Pronto Atendimento do Vale dos Barris iniciaram uma manifestação e chegaram a bloquear a via no sentido a Av. Centenário. As senhas distribuídas passaram das 500 e, segundo os presentes, apenas dois médicos estavam de plantão. No final da tarde, por volta das 18h, a equipe de reportagem do A TARDE esteve no local e constatou que pacientes que chegaram na UPA durante a manhã ainda não haviam sido atendidos.

 

Durante a tarde, pacientes no Hospital Português passavam pelo mesmo problema. Com sintomas gripais, Tamara Sanches chegou no local antes das 13h30 e saiu às 16h.

"Pelo que observei, a grande maioria dos pacientes na sala de espera estava com sintomas de gripe. Eles eram encaminhados para a emergência respiratória ou aguardavam atendimento para a emergência de otorrino, que foi o meu caso", disse.

Apesar da pandemia da Covid-19 ainda não ter findado, a taxa de positividade para o vírus entre os pacientes é de menos de 1%: "Ontem foram feitos 140 testes, dois tiveram resultado positivo. Isso leva a crer que seja algo relacionado à Influenza", afirma o coordenador médico de urgência e emergência em entrevista .

 

Entre as causas do surto, ele atribui à negligência da população, que reduziu o distanciamento social e outros cuidados com a Covid-19.

"Quando começou a ter uma taxa de vacinação muito grande se pensando até em carnaval, outros eventos, o pessoal passou a 'chutar o pau da barraca', pensar que a pandemia acabou... Para muitas pessoas a pandemia acabou".

Ele explica que, caso estivessemos em período de carnaval, o surto de gripe teria o nome de algum hit, como sempre acontece após a folia.

 

"As pessoas se expõe e aí vai passando. Uma pessoa gripada vai passando de um pra outro, esse outro passa para mais dois e aí termina tendo um grande número de casos. Se fosse uma gripe, seria a gripe do carnaval. Os sintomas são similares à Covid. Até testar e ter o resultado, a gente tem que pensar que é Covid".

Para conter o surto, Paiva alerta que é necessário aderir às mesmas medidas do enfrentamento à Covid-19, além de manter a caderneta vacinal atualizada, inclusive contra a gripe.

 

"As pessoas não se vacinaram no momento oportuno. As pessoas minimizaram o problema e agora estão pagando as consequências de todo esse grau de exposição e não prevenção", pontua.

Sem lado positivo, ele afirma que a maioria dos pacientes são de baixa complexidade, ou seja, não demandam de internação, apenas atendimento ambulatorial. A orientação é estar alerta aos sintomas gripais e, caso necessário, procurar o posto mais próximo da residência.

"Nós temos 36 unidades de atenção primária, todas tem médico, testam para Covid, temos 16 Unidades de Pronto Atendimento, todas com equipes completas e testagem para Covid".

Paiva alerta que, mesmo sem casos registrados na Bahia, a Ômicron é uma variante que também deve ter a circulação cortada pela raiz para evitar a repetição do que já aconteceu em diversas regiões do país em períodos mais sensíveis.

 

"Vem aí as festas de final de ano. Não queremos rever o filme do pior momento da pandemia, quando cidades onde não tiveram leitos, oxigênio. Não tivemos cenas similares, mas não sabemos o que vem em tempo de variantes.

"A gente está na preocupação de que quanto mais o vírus circula, mais chances de mutação. Quanto mais pessoas vacinadas, menor chance de mutação e do vírus estar circulando e maior segurança para que a gente possa ter momentos mais tranquilos em relação a essa pandemia", afirma.

A médica infectologista Adielma Nizarala reforça que o uso da máscara já se revelou uma prática importante para conter a transmissibilidade viral de influenza. 

 

Ela reforça o alerta à imunização e afirma que esta é a medida mais eficaz contra o vírus.

"A imunização é a melhor forma de quebrar a cadeia de transmissão da influenza. As doses do imunizante estão disponíveis nos postos de referência para proteger os grupos prioritários. Então, estamos fazendo uma convocação para todas as pessoas que ainda não se imunizaram para comparecer aos postos", afirmou.

Segundo a Secretaria de Saúde de Salvador, Somente em 2021 foram registradas 56 ocorrências de influenza no município. No ano, pouco mais de 416 mil pessoas receberam a vacina contra gripe, número que corresponde a 58% de cobertura do público alvo. A meta é imunizar pelo menos 90% do público elegível que reside na cidade.

 

A Tarde

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