O Futuro do Feiraguay: Desafios e Perspectivas do Maior Centro de Comércio Popular do Nordeste


Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, tem uma história ligada às feiras livres. Durante quase 200 anos, esses eventos atraíram pessoas de toda a região em busca dos melhores produtos. Atualmente, a peregrinação às feiras deu lugar a uma visita ao maior centro de comércio informal do Nordeste: o Feiraguay.

Nas últimas décadas, o Feiraguay cresceu e se tornou um dos principais pontos turísticos da cidade. Com cerca de 10 mil pessoas circulando diariamente por seus 640 boxes, o espaço atrai tanto comerciantes quanto clientes em busca de uma ampla variedade de produtos. No entanto, no mês passado, o centro comercial foi alvo de uma operação da Receita Federal que resultou na apreensão de aproximadamente R$ 10 milhões em mercadorias falsificadas e contrabandeadas. Isso levanta a questão sobre quais serão os próximos passos do Feiraguay.

Enquanto busca atrair empreendimentos e promover o crescimento do espaço, o Feiraguay enfrenta desafios como a formalização dos comerciantes e a continuidade da geração de empregos. Sandro Santana, presidente da Associação de Vendedores Ambulantes de Feira de Santana (Avamfs) e administrador do shopping popular, destaca a importância da formalização dos comerciantes para garantir a fidelidade dos clientes e proporcionar segurança no ambiente de negócios.

A história do Feiraguay remonta ao final da década de 1970 e início dos anos 1980, quando as mudanças na organização do trabalho e a abertura comercial do Paraguai influenciaram o comércio na região. O centro de compras foi oficialmente estabelecido em 1996 e, desde então, contribui para o desenvolvimento econômico da cidade.

Os produtos comercializados no Feiraguay são diversos, e cada comerciante define seu próprio estoque. Embora os eletrônicos tenham sido dominantes no passado, não é possível apontar um tipo de produto predominante atualmente. A variedade de produtos e a setorização do espaço visam facilitar a visibilidade e o conforto dos clientes.

Alguns consumidores destacam a acessibilidade do Feiraguay para encontrar produtos incomuns ou com preços mais acessíveis do que em outros lugares. No entanto, há divergências quanto à autenticidade dos produtos vendidos. Enquanto alguns reconhecem que existem mercadorias falsificadas, outros enfatizam que é possível encontrar réplicas de boa qualidade a preços mais baixos.

A presença de comerciantes chineses e de mercadorias chinesas também se tornou mais evidente nos últimos anos. Embora inicialmente tenha havido críticas em relação à concorrência desleal, atualmente essa presença é vista com naturalidade. A China mudou sua forma de comercializar com outros países, e muitos chineses estabeleceram lojas no Feiraguay para atender à demanda por produtos chineses.

Diante da operação da Receita Federal, o Feiraguay busca entender o perfil de cada comerciante e tomar medidas para evitar problemas.

Bereu News

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