As contas do governo registraram déficit primário de R$ 96,096 bilhões em agosto, o pior desempenho para o mês da série histórica, com início em 1997. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 87,835 bilhões de julho. Em agosto de 2019, o resultado havia sido negativo em R$ 16,821 bilhões. As informações são do jornal Estadão.
A meta fiscal para este ano admitia déficit de até R$ 124 bilhões, mas a aprovação do decreto de calamidade pública pela Covid-19 liberou que o governo a não cumprisse essa meta em 2020. Apesar de alto, o rombo já era esperado: instituições financeiras haviam previsto um déficiti mediano de R$ 100,05 bilhões. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de R$ 123,60 bilhões a R$ 66,30 bilhões.
As receitas do governo tiveram alta de 1% em relação a agosto do ano passado. As despesas, entretanto, subiram 74,3%, já descontada a inflação. O aumento seria relativo aos gastos gerados pela pandemia do coronavírus.
Considerando o primeiro mês de 2020 até agosto, o rombo acumulado é de R$ 601,283 bilhões, também o pior desempenho histórico. Em relação a 2019, houve queda de 15% nas receitas e aumento de 45,1% nas despesas em termos reais. Na comparação de 12 meses, ou seja, de agosto de 2019 até agosto de 2020, o governo central apresenta déficit de R$ 647,8 bilhões - equivalente a 8,96% do PIB.
A projeção da equipe econômica para o rombo do Governo Central em 2020 foi atualizada com uma estimativa de déficit de R$ 871 bilhões (12% do PIB) ante projeção anterior de R$ 866,4 bilhões (12,1%). A Proposta de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021 prevê um novo déficit de R$ 233,6 bilhões no próximo ano. Em 2019, o déficit do governo central ficou em R$ 95,065 bilhões.
